Marques Mendes e Ferreira Leite consideram urgente solução de estabilidade
Os antigos líderes do PSD Manuela Ferreira Leite e Marques Mendes salientaram hoje que o país precisa urgentemente de estabilidade política e advertiram que, face aos desafios externos, Portugal não pode ter eleições todos os anos.

Marques Mendes, candidato às eleições presidenciais de 2026, e Manuela Ferreira Leite foram os primeiros a chegar ao almoço do 51º aniversário do PSD, que junta de forma reservada, na sede nacional, em Lisboa, antigos líderes do partido.
O atual presidente do PSD, Luís Montenegro, recebeu os antigos líderes à entrada da sede nacional do partido, mas alguns deles, casos de Pedro Santana Lopes, Fernando Nogueira e Aníbal Cavaco Silva, optaram por não falar aos jornalistas. O mesmo não se passou com Manuela Ferreira Leite, antiga ministra dos governos de Cavaco Silva e Durão Barroso, e com Marques Mendes.
Manuela Ferreira Leite referiu-se à questão política que, na sua perspetiva, está em causa nas próximas eleições legislativas.
“Considero que as pessoas têm lucidez suficiente para saber que não é possível fazer progredir o país numa instabilidade permanente. Portanto, vão ter duas escolhas: Ou votar na AD [coligação PSD/CDS] ou entrar numa situação que impossibilita qualquer estabilidade”, sustentou Manuela Ferreira Leite.
A seguir, Marques Mendes começou por justificar a sua presença no almoço.
“Isto é como as famílias, as famílias comemoram os seus aniversários e a família junta-se nestes momentos. Vivi a fundação do partido há 51 anos. Foi uma coisa extraordinária – e este é um momento especial”, declarou o antigo ministro dos governos de Cavaco Silva, dizendo, depois, que o fundador e primeiro líder do PPD, Francisco Sá Carneiro, foi a sua inspiração política.
Após também destacar a importância do antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, “grande referência cívica e política” na história do partido, Marques Mendes analisou a atual situação política, com o país a menos de duas semanas de eleições legislativas antecipadas.
“Nestas eleições de 18 de maio, uma parte grande dos portugueses vai votar sobretudo a pensar na estabilidade. As pessoas estão preocupadas com a falta de estabilidade e entendo que uma parte grande dos votos, como talvez nunca tenha acontecido no passado, vai ser a pensar em estabilidade”, advogou.
Segundo o antigo ministro de Cavaco Silva e líder do PSD entre 2006 e 2008, se das próximas eleições resultar uma solução que forneça condições de estabilidade política, então será “um ato de lucidez da parte dos portugueses”.
“E por uma razão muito simples: O país não pode andar ano a ano em eleições. Não pode mesmo. Com um contexto internacional que é difícil, incerto e instável, não devemos importar mais instabilidade do que aquela que temos. Não devemos acrescentar instabilidade à instabilidade que vem lá de fora”, advertiu.
Interrogado se vai dar conselhos a Luís Montenegro, durante o almoço, para o resto da campanha das legislativas, Marques Mendes respondeu imediatamente: Não, essa minha parte de comentador acabou”.
A chegada conjunta de Manuela Ferreira Leite e Marques Mendes motivou também alguns momentos de humor.
A antiga ministra das Finanças e da Educação manifestou-se surpreendida com a pontualidade de Marques Mendes: “É o que dá querer ganhar eleições”, disse, numa alusão às Presidenciais de 2026.
“Quero ser o primeiro a chegar”, retorquiu Marques Mendes, que também ouviu um comentário do atual líder, Luís Montenegro, sobre o facto de ter sido o primeiro dos antigos presidentes do partido a chegar ao almoço: “É um homem novo”, observou com um sorriso Luís Montenegro.
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By Impala News / Lusa
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