Marcelo nega que tenha intercedido para tratamento de crianças brasileiras no SNS
O Presidente da República negou hoje que tivesse intercedido junto do Hospital de Santa Maria, ou de qualquer outra entidade, para que duas crianças brasileiras pudessem beneficiar de tratamentos no Serviço Nacional de Saúde.
“Eu ontem disse que não tinha feito isso. Não fiz. Não falei ao primeiro-ministro, não falei à ministra [da Saúde], não falei ao secretário de Estado, não falei ao diretor-geral, não falei à presidente do hospital, nem ao conselho de administração nem aos médicos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.
Em causa está uma reportagem transmitida na sexta-feira pela TVI que refere que o hospital de Santa Maria “abriu uma auditoria para perceber como é que duas gémeas que vivem no Brasil receberam em Lisboa um tratamento de quatro milhões de euros”, havendo “suspeitas de que isso tenha acontecido por influência do Presidente da República”.
Segundo o chefe de Estado, o que está em causa é saber “se interferiu, ou não interferiu, isto é, se pediu um empenho, pediu uma cunha para que sucedesse uma determinada solução favorável a uma pretensão de duas crianças gémeas doentes”.
“Vendo a reportagem, ninguém aparece a dizer que eu falei com essa pessoa. Ninguém. Diz-se, consta, parece que sim, parece que, parece que havia família [do Presidente] que estava empenhada, por amizade, nisso. Mas ninguém em relação ao Presidente. E só há um Presidente. A família do Presidente não foi eleita, não é Presidente”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa.
“Se alguém aparece a dizer: olhe, o Presidente falou comigo, achou que, por razões humanas ou razões de outra natureza, se justificava aquilo; se aparecer alguém – que até agora não apareceu -, eu aí não tenho outro remédio senão, eventualmente, ir a tribunal — não contra a comunicação social, que não é responsável por isso -, para comparar a minha verdade com a verdade dessa pessoa. Não é um dever de defesa da minha honra. É a defesa da honra do Presidente da República”, acrescentou.
Segundo disse, o Presidente da República não pode estar sujeito a uma “suspeição de que interfere em decisões da cadeia administrativa, ordenando, recomendando, pedindo, metendo uma cunha para ninguém, muito menos aquilo que possa ser mais próximo de amigos de conhecidos”.
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