Manhã marcada por novos bloqueios de vias na capital moçambicana
Populares de alguns bairros da província e cidade de Maputo, no sul de Moçambique, voltaram, na manhã de hoje, a bloquear rodovias, tendo as autoridades realizado operações para as desbloquear, disseram à Lusa várias fontes.
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A estrada que dá acesso à fronteira de Ressano Garcia, a principal entre Moçambique e a África do Sul, foi bloqueada com recurso a um camião, nas primeiras horas da manhã, quando populares protestavam contra a suposta tentativa de assassinato do assessor do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, disse à Lusa um residente local.
A mesma fonte adiantou que, apesar dos tumultos pela manhã, ao princípio da tarde a fronteira e a estrada estavam desbloqueadas e operacionais, mas alguns troços contam ainda com forte presença policial.
Já na Estrada Nacional número 2 (EN2), que dá acesso à fronteira entre Moçambique e o Essuatíni, os protestos começaram por volta das 05:00 (menos duas horas em Lisboa), quando foi bloqueado o cruzamento que dá acesso ao posto administrativo de Namaacha, disse à Lusa uma fonte local.
Em vídeos que circulam nas redes sociais veem-se quatro camiões de carga e alguns troncos de árvores a bloquear a EN2, interditando a circulação de viaturas na região.
Os protestos na vila da Manhiça, localizado a cerca de 70 quilómetros a norte da cidade de Maputo, começaram às 11:00, quando populares exigiam que fossem encerrados os estabelecimentos comercias na região, segundo afirmou um comerciante na vila.
“Os manifestantes saiam em direção ao município de Manhiça, diziam-se cansados e já não querem ouvir essa coisa de município”, disse.
Foram registados ainda protestos em menor escala em alguns bairros periféricos da cidade de Maputo, com bloqueios a algumas rodovias com recurso a troncos e pedras, em reivindicação, entre outros, de melhores condições de vida.
A Lusa contactou, sem sucesso, a Polícia da República de Moçambique (PRM).
Moçambique vive, desde outubro, um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, considerou na quinta-feira que as manifestações que o país tem registado fazem parte de uma “agenda de subversão”, com objetivo “de desestabilizar” o país.
Desde 21 de outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas em confrontos entre a polícia e os manifestantes, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.
LYCE // MLL
By Impala News / Lusa
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