Macron diz que França e Canadá vão continuar a exigir compromissos à Rússia sobre a Ucrânia

O Presidente francês disse hoje que a França e o Canadá são “aliados fiáveis” e vão continuar a exigir “compromissos claros” à Rússia para uma “paz duradoura” na Ucrânia e a “segurança de toda a Europa”.

Macron diz que França e Canadá vão continuar a exigir compromissos à Rússia sobre a Ucrânia

O Canadá e a França querem uma “paz sólida e duradoura, com garantias sólidas que protejam a Ucrânia contra qualquer nova agressão russa e que assegurem a segurança de toda a Europa”, afirmou Emmanuel Macron, ao lado do novo primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, numa conferência de imprensa antes de um almoço de trabalho no Palácio do Eliseu.

“É neste espírito que manteremos o nosso apoio à Ucrânia e continuaremos a exigir compromissos claros da Rússia”, acrescentou Macron, que tem vindo a defender o envio de forças europeias para manter a paz no país invadido pelas tropas russas em fevereiro de 2022.

De acordo com uma sondagem realizada pelo instituto Elabe para o canal francês BFMTV, 59% dos franceses consideram que a França, enquanto única potência nuclear da União Europeia (UE), deve proteger os vizinhos europeus, numa altura em que a Rússia continua a apostar no rearmamento.

Já Mark Carney, na primeira visita oficial internacional depois de ter sido empossado na sexta-feira, garantiu que Otava quer reforçar os laços com “aliados fiáveis como a França”, numa altura em que o Canadá está sob pressão comercial dos Estados Unidos e com repetidas ameaças de anexação por parte do Presidente norte-americano, Donald Trump.

“O Canadá vai estar sempre presente para garantir a segurança e os laços comerciais da Europa”, afirmou o chefe de Governo canadiano, acrescentando que os dois países são “a favor da soberania e da segurança”.

No primeiro discurso oficial, Carney garantiu que o Canadá “nunca fará parte dos Estados Unidos”, mas mostra-se disposto a conversar com o líder dos Estados Unidos, após a implementação de tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio do Canadá e a ameaça com tarifas mais abrangentes nos produtos canadianos a partir de 02 de abril.

Antes desta visita, o primeiro-ministro canadiano discutiu com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre o plano de rearmamento europeu e “o papel do Canadá no reforço da defesa nacional e internacional”, bem como o futuro do comércio entre o Canadá e a UE, face à nova liderança dos Estados Unidos.

O Canadá e a UE têm-se aproximado face à turbulência nas relações transatlânticas provocada pela mudança de posição de Trump em relação à Ucrânia e em questões comerciais, incluindo a implementação de tarifas aduaneiras.

A relação entre o Canadá e o bloco europeu assenta no Acordo Económico e Comercial Global (CETA, sigla em inglês), que desde 2017 impulsionou o comércio bilateral em mais de 60%.

Depois de visitar Paris, o economista e 24.º primeiro-ministro do Canadá segue para Londres para se reunir com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, para debater segurança transatlântica, a expansão do setor de IA (Inteligência Artificial) e o comércio bilateral, e também com o rei Carlos III, o chefe de Estado do Canadá.

 

MYCO (SEYM/VQ/RJP) // EJ

By Impala News / Lusa

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