Lula desvincula mau resultado nas eleições municipais da próxima eleição presidencial

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, minimizou hoje o mau resultado do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições municipais de domingo e desvinculou-o das eleições presidenciais de 2026.

Lula desvincula mau resultado nas eleições municipais da próxima eleição presidencial

“Eleição de prefeito, na verdade, na verdade, não tem muita incidência numa eleição presidencial”, disse, durante uma entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza.

No entanto, Lula da Silva, que ainda não esclareceu se vai concorrer à reeleição em 2026, reconheceu que o PT, do qual é um dos fundadores, não obteve um bom resultado nas eleições de domingo, em que não conseguiu ganhar nenhuma capital regional na primeira volta.

“O PT cresceu em número de prefeitos e vereadores, mas o partido já governou em São Paulo, Porto Alegre e outras capitais que não administramos mais”, disse.

Lula da Silva, que não participou ativamente na campanha, justificou esta presença tímida com a necessidade de manter unida a sua coligação governamental, que inclui um conjunto de partidos que vão do centro-direita à extrema-esquerda.

O Presidente disse que não queria “entrar numa briga” numa cidade com um determinado partido e depois tê-lo como adversário no Congresso, onde a esquerda está em clara minoria.

Mesmo assim, disse que vai ajudar o candidato da esquerda em São Paulo, Guilherme Boulos, a vencer as eleições na segunda volta, dia 27, contra o atual prefeito, Ricardo Nunes, apoiado pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro.

“Boulos pode ganhar a eleição”, disse, apesar das recentes sondagens que o mostram em desvantagem em São Paulo, a maior cidade da América do Sul.

Sobre a erosão do apoio ao PT entre as classes trabalhadoras, Lula da Silva apontou a necessidade de levar em conta novos perfis de empregados, como os que trabalham por aplicações.

“O mundo do trabalho mudou e nós temos que nos adaptar”, disse.

O Partido Liberal (PL), do ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro conseguiu globalmente o maior número de votos nas eleições municipais de domingo, mas foram os partidos do chamado ‘centrão’ que conquistaram a maioria das cidades do maior país sul-americano.

Ao todo, de acordo com o levantamento feito pelo Portal360, para o PL foram 15,7 milhões de votos somados nas 5.569 cidades que foram a eleições.

O número total de votos do PT foi de 8,9 milhões.

Quatro outros partidos de centro-direita superaram o partido de Lula em votos: o Partido Social Democrático (PSD), com 14,5 milhões de votos; o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com 14,4 milhões; a União Brasil, com 11,3 milhões; e o Progresistas (PP), com 9,9 milhões.

Estes partidos são conhecidos normalmente como centrão, um conjunto de partidos políticos predominantemente de direita que usa a sua força em bloco na defesa dos próprios interesses e que controlam frequentemente a maioria no Congresso brasileiro.

Apesar do aumento absoluto de votos ter crescido 236% em quatro anos, quando foram realizadas as últimas eleições municipais, o partido de Jair Bolsonaro ficou apenas em quinto lugar no número de prefeitos conquistados.

Juntos, os quatro partidos do centrão conquistaram 54% das cidades em disputa e ficaram os quatro nas primeiras quatro posições.

Já o PT, de Lula da Silva, apesar de ter aumentado em 39% o número de presidentes de câmara, ficou apenas em nono lugar, vencendo a prefeitura em 252 municípios na primeira volta.

 

MIM // MLL

Lusa/Fim

 

By Impala News / Lusa

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