Lula critica demora da mineradora Vale em reparar danos da tragédia de Brumadinho
O Presidente brasileiro criticou hoje a demora da mineradora Vale em reparar os danos causados pela chamada tragédia de Brumadinho, uma rutura da barragem que resultou na morte de 270 pessoas há precisamente cinco anos.
Numa publicação nas redes sociais para assinalar o quinto aniversário da tragédia, o chefe de Estado brasileiro instou a empresa, uma das maiores produtoras e exportadoras de minério de ferro do mundo, a acelerar os procedimentos para indemnizar as famílias das vítimas e reparar os danos ambientais.
“Hoje faz cinco anos do crime que deixou Brumadinho debaixo de lama, tirando vidas e destruindo o meio ambiente. Cinco anos e a Vale nada fez para reparar a destruição causada”, escreveu Lula da Silva.
O Presidente brasileiro frisou ainda ser “necessário o amparo às famílias das vítimas, recuperação ambiental e, principalmente, fiscalização e prevenção em projetos de mineração” para que não haja novas tragédias deste género.
A tragédia foi causada pela rutura, a 25 de janeiro de 2019, de uma barragem de 86 metros de altura em Brumadinho, um pequeno município do estado de Minas Gerais (sudeste do Brasil).
O colapso da estrutura gerou um ‘tsunami’ de 12 milhões de metros cúbicos de resíduos minerais que se espalharam por 26 municípios mineiros, num dos maiores desastres socioambientais da história do Brasil.
Apesar de ter chegado a um acordo de reparação com o Governo de Minas Gerais, no valor de 37,7 mil milhões de reais (cerca sete mil milhões de euros) pelos danos ambientais, morais e coletivos causados, a Vale ainda não começou a pagar as indemnizações e o processo crime contra a empresa também continua parado.
O Ministério Público denunciou 16 gestores e técnicos da Vale e da consultoria alemã Tüv-Süd – esta última acusada de fraudar a certificação de segurança das instalações – pela morte das 270 vítimas e por crimes ambientais.
De acordo com a imprensa brasileira, as críticas de Lula da Silva à Vale ocorrem no momento em que membros do Governo pressionam o conselho de administração da empresa, privatizada em 1997, a nomear como presidente da mineradora o economista Guido Mantega, que foi ministro das Finanças em governos anteriores do Partido dos Trabalhadores (PT).
MIM // ANP
By Impala News / Lusa
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