Livre quer círculo nacional de compensação para acabar com injustiça entre eleitores

O porta-voz do Livre defendeu hoje a criação de um círculo nacional de compensação para acabar com a injustiça entre eleitores do litoral e do interior, matéria que quer colocar em cima da mesa nas negociações de eventual Governo à esquerda.

Livre quer círculo nacional de compensação para acabar com injustiça entre eleitores

“Basta desta injustiça de termos os portugueses a viver num país de dois sistemas, porque nós temos dois sistemas políticos. Não há outra maneira de dizer isto, nós temos multipartidarismo no litoral e, depois, temos bipartidarismo no interior”, considerou Rui Tavares no final de uma reunião com a Youth Coop, uma cooperativa sem fins lucrativos que visa a capacitação e consciencialização de jovens a nível local e internacional, em Agualva, no distrito de Lisboa.

Dizendo que os dois grandes partidos gostam do bipartidarismo, Rui Tavares alertou que deveriam estar atentos porque já perderam deputados no interior, não para nenhum partido do arco democrático, mas para a extrema-direita.

Rui Tavares revelou ainda que se o líder do PS, Pedro Nuno Santos, quiser ser primeiro-ministro, vai ter que discutir o círculo nacional de compensação com o Livre.

“Pedro Nuno Santos vai ter de discutir connosco o círculo nacional de compensação. Não é um dos sete elementos que, como vocês sabem, são condição ` sine qua non´ [indispensável] para começar a conversar, mas vai ser uma conversa e vai ser para partirmos pedra nesse assunto porque, evidentemente, nós sabemos que não é só preciso convencer o PS, mas também convencer o PSD”, vincou.

Esta referência a Pedro Nuno Santos surge depois deste, em entrevista à Radio Renascença (RR) na sexta-feira, ter afirmado não haver perspetiva nenhuma de fazer uma alteração constitucional no sistema eleitoral.

“Isto está completamente fora da agenda, não está nem no nosso horizonte, nem julgo que está no horizonte da AD, essa questão não se coloca”, disse o socialista.

Segundo Rui Tavares, se não se resolver no parlamento, tem de se resolver ao negociar um programa de governo ou, um dia, resolver nos tribunais.

“Há uma injustiça política que ficou esquecida e que divide Portugal ao meio e que não pode continuar a acontecer”, sublinhou.

A título de exemplo, o dirigente do Livre destacou que os cidadãos de Portalegre devem ter o mesmo direito que têm os cidadãos de Lisboa, do Porto ou Setúbal de votarem em que querem.

Apontando a mira das críticas uma vez mais à IL, como tem feito desde o arranque da campanha eleitoral, Rui Tavares assumiu que “quem lhe dera” que o partido liderado por Rui Rocha tivesse a mesma força de dizer ao PSD que se querem um governo então têm de discutir o círculo nacional de compensação.

Um estudo indica que cerca de 1,2 milhões de votos nas últimas eleições legislativas foram “desperdiçados” e não serviram para eleger nenhum deputado, correspondendo a 20,4% do total, com os territórios do interior a serem particularmente prejudicados.

SVF (TA) // PC

By Impala News / Lusa

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