Líder da oposição venezuelana anuncia que vai ficar no país para continuar “a luta”

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, assegurou hoje, um dia depois de o candidato presidencial da oposição, Edmundo González Urrutia, se ter exilado em Espanha, que vai “ficar na Venezuela” para continuar “a luta” pelo poder.

Líder da oposição venezuelana anuncia que vai ficar no país para continuar

“Decidi ficar na Venezuela e acompanhar a luta a partir daqui, enquanto ele (González Urrutia) a lidera a partir de fora”, declarou por videoconferência María Corina Machado, que vive na clandestinidade desde o anúncio dos resultados contestados das eleições presidenciais de 28 de julho.

Hoje à tarde, Machado convocou os cidadãos venezuelanos residentes em Espanha para uma concentração na Plaza de las Cortes, em Madrid, em frente ao Congresso, para “reivindicar” o mandato presidencial das eleições de 28 de julho na Venezuela, para que “todo o mundo” reconheça Edmundo González como Presidente eleito.

Num vídeo divulgado nas redes sociais, a líder da oposição pediu aos venezuelanos que vivem em Espanha para “reivindicarem” juntos que González seja reconhecido como chefe de Estado eleito e tome posse a 10 de janeiro de 2025, concentrando-se na terça-feira, a partir das 18:00.

A opositora venezuelana recordou que, nesse mesmo dia, o Congresso debaterá a iniciativa do Partido Popular (PP) — que será na quarta-feira submetida a votação — que pretende que o Governo espanhol reconheça González como vencedor e novo Presidente da Venezuela, condene a repressão do regime do atual titular do cargo, Nicolás Maduro, e reprove o silêncio do ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, que participou em missões de mediação entre o Governo e a oposição venezuelanos.

María Corina Machado defendeu a unidade, “hoje mais que nunca”, para avançar e ultrapassar “todos os obstáculos”, afirmando: “Vamos conseguir a libertação da Venezuela e o regresso dos nossos filhos a casa”.

Nicolás Maduro foi declarado vencedor das presidenciais, com 52% dos votos, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que não tornou públicas as atas das assembleias de voto.

Segundo a oposição, que divulgou as atas de votação fornecidas pelos seus escrutinadores, González Urrutia obteve mais de 60% dos votos.

Os Estados Unidos, a União Europeia e vários países da América Latina não reconhecem a reeleição de Maduro.

Uma grande parte da comunidade internacional já se tinha recusado a reconhecer a sua reeleição em 2018, na sequência de umas presidenciais boicotadas pela oposição, que alegou fraude.

O anúncio da reeleição de Maduro desencadeou manifestações espontâneas, violentamente reprimidas pelas forças de segurança que fizeram pelo menos 27 mortos e 192 feridos, bem como cerca de 2.400 detenções, de acordo com fontes oficiais.

ANC // PDF

By Impala News / Lusa

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