Líder da ONU lamenta primeira morte de membro da missão internacional no Haiti
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou a morte de um oficial da polícia queniana, a primeira de um membro da força multinacional destacada para combater grupos violentos de crime organizado no Haiti
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Guterres “está profundamente triste com a morte de um polícia queniano ao serviço dos MSS [sigla em inglês da Missão Multinacional de Apoio à Segurança] no Haiti”, disse na segunda-feira o porta-voz da ONU.
O líder das Nações Unidas “expressa as suas condolências à família do polícia, ao povo e ao Governo do Quénia e, claro, a todos os seus colegas na missão”, acrescentou Stéphane Dujarric, numa conferência de imprensa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Quénia, Korir Singoei, disse estar “chocado com a perda de um membro da equipa do país” na missão.
“Os ministérios dos Negócios Estrangeiros e do Interior fornecerão informações adicionais no devido tempo”, acrescentou na rede social X.
Também o encarregado de negócios dos Estados Unidos em Nairóbi expressou as “mais profundas condolências à família do polícia que morreu ontem enquanto trabalhava para melhorar a segurança do povo haitiano”.
“Os Estados Unidos estão gratos aos bravos polícias quenianos que actuam em situações perigosas para manter o nosso mundo mais seguro”, acrescentou Marc Dillard.
No domingo, os líderes da missão liderada pelo Quénia anunciaram que um polícia do país da África Oriental foi baleado na região central de Artibonite, no Haiti, situada a norte da capital.
Vários gangues controlam essa área, incluindo o Gran Grif, acusado de matar dezenas de pessoas numa pequena comunidade em 2024.
Na segunda-feira, Garry Jean Baptiste, líder de um dos dois sindicatos da polícia no Haiti, exigiu ao Governo mais proteção, equipamento e apoio para enfrentar os gangues que controlam 85% da capital, Port-au-Prince.
A morte surgiu quatro dias depois de António Guterres ter dito que iria solicitar que as Nações Unidas assumam o financiamento das despesas estruturais e logísticas da força multinacional no Haiti.
Em 2024, o Haiti e os EUA advertiram que a missão que começou em junho carece de pessoal e recursos e pediram que uma missão de paz da ONU substituísse a atual.
Durante a administração Biden, os EUA contribuíram com cerca de 600 milhões de dólares (570 milhões de euros) para a missão.
Não é claro se o financiamento continuará sob o novo Presidente Donald Trump, embora o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tenha dito recentemente que a administração continuaria a apoiar a missão, enquanto exortava as nações ricas a contribuir mais.
Mais de 5.600 pessoas foram mortas no Haiti em 2024, e a violência dos gangues deixou mais de um milhão de pessoas desalojadas nos últimos anos, segundo a ONU.
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By Impala News / Lusa
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