A indústria de defesa europeia é a que menos cresceu desde a guerra na Ucrânia

Desde a invasão russa na Ucrânia, a guerra produziu lucros de 579,65 mil milhões de euros para as empresas de armamento. Apenas um ‘quinhão’ pertence à indústria de defesa europeia, mas tudo pode agora mudar.

A indústria de defesa europeia é a que menos cresceu desde a guerra na Ucrânia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu aumento nos gastos com defesa europeia – sob o plano ReArm Europe – após a decisão de Washington de suspender a ajuda militar à Ucrânia. De acordo com a Radio France Internationale, o anúncio de Bruxelas desencadeou um rápido aumento nos preços das ações das empresas de armas europeias e fez com que os fabricantes corressem para garantir contratos.

Trata-se de uma realidade conhecida e sombria de que as guerras geram dinheiro e de que, logicamente, os fabricantes de armas lucram com elas. A lista do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI) das 100 maiores empresas de armas do mundo ilustra-o bem, revelando ganhos substanciais em todas as regiões – como mostra o gráfico abaixo – após a invasão da Ucrânia em 2022. Desde esse momento, as duas empresas de armamento russas do Top 100 juntas viram as receitas dispararem 40%, atingindo os 25,5 mil milhões de dólares (23,39 mil milhões de euros).

Embora as empresas de defesa europeias de armamento e serviços militares tenham sido responsáveis ​​por uma parcela substancial da receita total do Top 100 – 133 mil milhões de dólares (121,98 mil milhões de euros) –, a região teve crescimento débil entre 2022 e 2023. O quadro pode alterar-se rapidamente com os novos planos do ReArm Europe, mas as empresas teriam de ser capazes de acelerar a produção quase de forma instantânea.

Lucros da indústria de defesa europeia débeis

O conflito no Oriente Médio elevou igualmente as receitas das empresas de armas na região. Seis das 100 maiores empresas situavam-se no Médio Oriente em 2023, com três delas a pertencerem a Israel. Os analistas do SIPRI afirmam que, após a guerra em Gaza, a receita de armas das três empresas sediadas em Israel atingiu 13,6 mil milhões de dólares (12,47 mil milhões de euros).

Em 2023, a receita combinada de vendas de armas e serviços militares do Top 100 chegou aos 632 mil milhões de dólares (579,65 mil milhões de euros), um crescimento de 4,2% em relação a 2022. Os EUA colocaram neste top o maior número de empresas de armamento – 41 –, que, em conjunto, alcançaram uma receita de 317 mil milhões de dólares (290,74 mil milhões de euros), enquanto a Europa colocou 27 empresas no Top 100 e Ásia e Oceânia 23.

Infographic: European Defense Industry Is the Global Growth Laggard | Statista

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