Incerteza política domina perspetivas económicas na Guiné-Bissau
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) considerou que «a incerteza política continua a dominar as perspetivas económicas» na Guiné-Bissau
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) considerou esta quarta-feira que “a incerteza política continua a dominar as perspetivas económicas” na Guiné-Bissau, país que deverá manter o crescimento económico acima dos 5% este ano.
“O crescimento económico registou uma ligeira desaceleração, de 5,8%, em 2016, para um valor estimado de 5,5%, em 2017, prevendo-se que seja de 5,2%, em 2018”, lê-se no relatório ‘Perspetivas Económicas em África’, esta quarta-feira divulgado em Abidjan, a capital económica da Costa do Marfim.
“A nomeação de Umaro Sissoco Embaló como primeiro-ministro, em novembro de 2016, na sequência do Acordo de Conacri de outubro de 2016, foi rejeitada quando não granjeou a aprovação do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde”, escrevem os analistas para sustentar que a instabilidade política prejudica o desenvolvimento económico.
“O Parlamento, que foi suspenso em dezembro de 2015, ainda não retomou as sessões”, lê-se no documento, que vinca que “esta situação tem um impacto negativo no contexto empresarial e na governação e alimenta a instabilidade social”.
No total do continente africano, o BAD prevê um crescimento de 4,1%, nota que a recuperação tem sido mais rápida nos países não dependentes dos recursos e defende o financiamento do desenvolvimento pela dívida.
“A recuperação do crescimento tem sido mais rápida do que o previsto, particularmente nas economias não dependentes de recursos, sublinhando a resistência de África”, lê-se no relatório.
“Estima-se que o crescimento real da produção aumentou 3,6%, em 2017, em relação a um aumento de 2,2%, em 2016, e que registará uma aceleração de 4,1%, em 2018 e 2019”, acrescenta o documento, que considera que “a recuperação no crescimento pode assinalar um ponto de viragem nos países exportadores líquidos de produtos de base, nos quais a diminuição continuada dos preços das exportações fez diminuir as receitas das mesmas e agravou os desequilíbrios macroeconómicos”.
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