Huthis vão continuar a atacar os navios israelitas ao largo do Iémen

Os rebeldes Huthis garantiram hoje que vão continuar a atacar navios israelitas ao largo da costa do Iémen, via marítima vital para o comércio mundial, apesar do recente cessar-fogo acordado com os Estados Unidos.

Huthis vão continuar a atacar os navios israelitas ao largo do Iémen

“As rotas marítimas são seguras para todos os navios internacionais, exceto para os navios israelitas”, disse Abdoulmalik Alejri à agência noticiosa France-Presse (AFP), acrescentando que os navios israelitas não transitam pelo Mar Vermelho há algum tempo.

“Israel não faz parte do acordo, apenas diz respeito aos navios norte-americanos e outros”, acrescentou.

Na terça-feira, os Estados Unidos e os rebeldes Huthis, do Iémen, chegaram a um acordo de cessar-fogo, disse o mediador de Omã, após o anúncio do Presidente norte-americano, Donald Trump, de que os ataques dos EUA contra os insurgentes apoiados por Teerão seriam interrompidos.

“No futuro, nenhuma das partes terá como alvo a outra, incluindo os navios norte-americanos, no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb”, ao largo da costa do Iémen, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Badr al-Boussaïdi.

“[O cessar-fogo] garantirá a liberdade de navegação e a fluidez do comércio marítimo internacional”, acrescentou.

O anúncio do acordo foi feito poucas horas após os ataques aéreos israelitas terem destruído o aeroporto internacional de Sanaa, capital do Iémen, matando três pessoas, segundo os rebeldes.

O Departamento de Estado norte-americano esclareceu no mesmo dia que o cessar-fogo com os Huthis limita-se ao Mar Vermelho, enquanto este movimento iemenita prometeu continuar a atacar Israel.

A porta-voz da diplomacia norte-americana, Tammy Bruce, especificou que o acordo “é sobre o Mar Vermelho”, onde a liberdade de navegação e o fluxo de comércio têm sido ameaçados por ataques dos rebeldes, e recusou comentar um possível pacto semelhante entre os iemenitas e Israel.

“Era claro que os Estados Unidos continuariam esta operação até que os Huthis parassem de atacar navios naquele teatro, e foi isso que vimos aqui”, adiantou Bruce.

Alegando estar a agir em solidariedade com os palestinianos, os Huthis reivindicaram a responsabilidade por dezenas de ataques com mísseis e ‘drones’ contra Israel desde o início da guerra entre israelitas e o Hamas em Gaza. 

Os rebeldes iemenitas também atacaram navios que acreditam estar ligados a Israel ao largo da costa do Iémen, especialmente no Mar Vermelho, por onde passa cerca de 12% do comércio mundial.

Mais tarde, alargaram a campanha aos navios ligados aos Estados Unidos e ao Reino Unido depois de estes dois países terem iniciado ataques militares em janeiro de 2024. Como represália, os Estados Unidos, sob a direção do então Presidente Joe Biden, intensificaram os seus ataques.

Juntamente com o Hamas palestiniano e o Hezbollah libanês, os Huthis fazem parte daquilo que o Irão descreve como o “Eixo de Resistência” a Israel. No entanto, Teerão nega fornecer ajuda militar aos Huthis.

 

JSD (PDF/HB) // JH

By Impala News / Lusa

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