Hungria “não cederá a chantagem de Bruxelas”, diz primeiro-ministro Orbán

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, sublinhou que o seu governo não se deixará “chantagear” pela Comissão Europeia para alterar a sua posição sobre questões fundamentais como a migração.

Hungria

“Não há dinheiro que nos faça aceitar os migrantes ou que os deixe tirar-nos o nosso país. Não há dinheiro suficiente no mundo para aceitarmos a imigração em massa e colocarmos os nossos filhos nas mãos de ativistas LGTBI. É impossível!”, declarou Orbán nas redes sociais.

O chefe do executivo magiar partilhou nas redes sociais excertos de uma entrevista radiofónica onde voltou a dar conta das suas posições marcadas sobre questões sociais, que o levaram mesmo a arrastar as reformas em toda a União Europeia (UE).

Orbán tem sido o líder da UE que mais firmemente se tem oposto ao novo Pacto de Migração e Asilo que, entre outras questões, propõe que países, como a Hungria, que não queiram acolher migrantes paguem uma taxa em troca, embora nos últimos meses tenha também complicado outros avanços em relação ao conflito na Ucrânia, por exemplo, para aumentar a ajuda à custa da revisão do orçamento comunitário.

O primeiro-ministro húngaro, que já se prepara para assumir a presidência do Conselho da UE no segundo semestre deste ano, avisou que quer “pôr as cartas na mesa” e falar abertamente sobre as questões que espera que marquem as eleições europeias de junho. 

“Vão girar em torno da imigração, das famílias e da guerra”, resumiu, de acordo com declarações divulgadas pelo próprio Governo.

Orbán endureceu também o seu discurso contra Bruxelas, que acusa de bloquear os fundos europeus destinados à Hungria com queixas “sem sentido” e “mera conversa fiada”.

“Não podemos ceder em matéria de migração, género e guerra. Estas questões são mais importantes do que o dinheiro”, afirmou Orbán, para quem a Hungria “é capaz de resistir” sem estes fundos graças à sua estabilidade económica. 

Apesar da falta de apoio europeu, a inflação baixou e a Hungria está a caminho de um “crescimento substancial” em 2024.

 

JSD //APN

By Impala News / Lusa

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