“Herança social” proposta pelo Livre deverá custar 400 ME por ano

O porta-voz do Livre Rui Tavares quantificou hoje em 400 milhões de euros anuais o montante necessário para avançar com a “herança social”, uma medida incluída no programa eleitoral do partido para ajudar a combater a pobreza estrutural.

“Com os nascimentos que temos anuais neste momento, seria cerca de 400 milhões por ano para haver uma herança social de cinco mil euros por cada bebé nascido em Portugal”, disse Rui Tavares.

O porta-voz do Livre falava aos jornalistas em Aveiro, à margem de uma sessão de apresentação do cabeça de lista e número dois do partido pelo círculo eleitoral de Aveiro, nas eleições Legislativas de 10 de março, Joana Filipe e Filipe Honório, respetivamente.

A criação da “herança social” é uma das medidas propostas pelo Livre para ajudar a erradicar a pobreza estrutural no país, através da abertura de uma conta poupança em nome de cada bebé nascido em Portugal de cinco mil euros, para que os jovens entre 18 e 35 anos possam ter acesso a uma quantia, dando uma oportunidade económica a quem não a tem.

“Para muita gente que não vem de famílias ricas e não vai ter heranças de um parente desconhecido, isso significa poder acabar um curso e comprar o material que lhe permite dedicar-se a uma profissão, abrir uma pequena empresa ou uma cooperativa com os amigos e os colegas, poder completar um ciclo de estudos, poder dar uma entrada para um pequeno negócio ou uma pequena casa”, explicou Tavares.

Questionado pelos jornalistas, o historiador referiu que a “herança social” não é uma das medidas mais caras que são apresentadas a estas eleições de 10 de março, afirmando que cabe dentro daquilo que chamam “um compromisso de acuidade e investimento”.

Referiu ainda que querem estudar esta medida nos próximos quatro anos para comparar os vários modelos possíveis, mas adiantou que a quantia para avançar com este instrumento poderá ter origem na reintrodução do imposto sucessório sobre as grandes heranças, ou numa conta em certificados de aforro.

Relativamente à meta do Livre para as eleições legislativas, Tavares disse que o partido quer crescer e ter um grupo parlamentar, com a eleição de um deputado nos distritos de Aveiro e Braga.

“Quando estamos a falar em sondagens em que o Livre já começa a aproximar-se dos 4% significa que podemos começar a pensar em um grupo parlamentar que inclua deputados em Aveiro e em Braga, que são neste momento os distritos para os quais nós já nos podemos dirigir dizendo às pessoas que o seu voto conta”, disse.

O dirigente apelou ainda ao voto no Livre para ajudar a criar uma maioria de progresso e de ecologia no país e afastar os extremistas do poder. “Não há nenhum voto que dê tanta segurança às pessoas de que os extremistas estarão afastados do poder do que um voto reforçando o Livre”, afirmou.

Nas últimas eleições legislativas em 2022, o PS conseguiu eleger oito deputados no distrito de Aveiro, o PSD ficou com sete e o Chega com um. O Livre foi a nona força partidária mais votada, com 2.878 votos.

 

JDN // PC

By Impala News / Lusa

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