Greve de 24 horas contra despedimentos no canal Euronews
Trabalhadores do canal televisivo europeu Euronews, com sede em Lyon, França, iniciaram esta terça-feira greve de 24 horas para denunciar a eliminação de empregos anunciada em novembro, indicaram fontes sindicais.
Trabalhadores do canal televisivo europeu Euronews, com sede em Lyon, França, iniciaram esta terça-feira greve de 24 horas para denunciar a eliminação de empregos anunciada em novembro, indicaram fontes sindicais.
“É a primeira greve intersindical na empresa e há uma boa mobilização em todos os serviços”, disse à AFP Christelle Petrongari, jornalista e delegada do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), o principal representante da classe em França.
Cerca de 50 trabalhadores concentraram-se durante a manhã de hoje em frente à sede do canal, em resposta ao apelo do SNJ e de três outras organizações sindicais (CFE-CGC, SNRT-CGT, SNJ-CGT) “para protestar contra a supressão de empregos e as restrições orçamentais”.
O presidente do Conselho de Administração, Michael Peters, apresentou aos sindicatos em novembro um plano de redistribuição de pessoal justificada com a perda de receitas publicitárias associada à crise causada pela covid-19.
“Está previsto que entre 30 a 40 pessoas deixem a empresa”, quando terminarem os procedimentos legais, afirmou um porta-voz da Euronews.
Segundo a mesma fonte, o canal “tem, atualmente, cerca de 500 colaboradores permanentes. Vão ser criados novos empregos ligados ao desenvolvimento digital e serão propostos prioritariamente aos funcionários cujos postos de trabalho atuais sejam afetados pelo plano de saídas”.
Christelle Petrongari considera que se trata de “um plano meramente económico”. Desde o início das negociações entre a administração e os sindicatos, “nenhuma proposta sindical foi aceite”, adiantou.
“Não queremos despedimentos ou se existirem que sejam muito limitados”, acrescentou.
“Na Euronews não temos uma cultura de greve, mas a situação é alarmante. Pedem-nos para fazer mais com menos”, sublinhou, por seu lado, Cécile Marion, delegada da CGT.
O SNJ Euronews disse também estar “preocupado com o desaparecimento do serviço em turco, um dos poucos livres nesta língua”. Esse serviço não está afetado pelas saídas, mas está ameaçado por falta de financiamento externo. O serviço de língua italiana deve passar a ser totalmente digital.
Lançada em 1993 por 20 televisões europeias, a Euronews é atualmente detida pelo magnata egípcio Naguib Sawiris, cuja ‘holding’ MGN aumentou a sua participação para 88% em abril de 2020 graças à desvinculação do canal norte-americano de notícias NBC News.
LEIA MAIS
Covid-19: Tripulantes de cabine sentem «insegurança financeira, laboral e psicológica»
Siga a Impala no Instagram