Governo moldavo cede gás à região separatista da Transnístria para evitar colapso
A Moldova vai ceder três milhões de metros cúbicos de gás à região separatista da Transnístria para evitar o colapso do seu sistema de abastecimento, revelou hoje o primeiro-ministro moldavo, Dorin Recean.
“Gostaria de me dirigir aos nossos concidadãos da margem esquerda do [rio] Dniester. A margem direita irá fornecer-lhes ajuda — três milhões de metros cúbicos de gás para manter a pressão no sistema”, declarou o chefe do executivo, citado pelo portal Noi.md.
Recean realçou que este é um empréstimo que a Transnístria terá de pagar no futuro.
O líder da Transnístria, Vadim Krasnoselski, dirigiu-se na sexta-feira ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para lhe pedir ajuda face à crise energética que a região enfrenta, após a interrupção do fornecimento de gás russo através do território ucraniano.
Krasnoselki disse que, se o combustível não chegasse até 30 de janeiro, o sistema seria despressurizado, impossibilitando o fornecimento rápido de gás à população, mesmo quando a crise ficasse resolvida.
O dirigente regional argumentou que a Transnístria fez tudo o que era possível para evitar esta situação e até propôs no passado ao Governo da Moldova um apelo conjunto à Rússia e à Ucrânia para que não interrompessem o fornecimento de gás a partir de 01 de janeiro de 2025 devido à decisão de Kiev.
Mais tarde, a Transnístria transsmitiu à Moldova uma série de opções para garantir a retoma do fornecimento, uma vez que o combustível podia entrar na região separatista através do território moldovo, mas Chisinau rejeitou as propostas sob “pretextos inventados”, segundo Tiraspol.
A Transnístria é um território encaixado entre a Moldova e a Ucrânia, que suspendeu o trânsito de gás russo desde 01 de janeiro, no contexto da guerra com as forças russas, desencadeando a atual crise.
Em meados deste mês e em pleno inverno, as autoridades separatistas suspenderam totalmente o fornecimento de água quente para aquecimento e o gás é apenas utilizado nos fogões.
HB//APN
By Impala News / Lusa
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