Governo diz que “não há comparações” do caso da secretária de Estado da Mobilidade “com outras situações”
O Governo defendeu hoje que “não há comparações” entre a indemnização recebida pela atual secretária de Estado da Mobilidade quando saiu da CP e “outras situações”, dizendo tratar-se de um programa “aberto durante quatro anos” e que abrangeu 400 trabalhadores.
Hoje, o jornal Correio da Manhã noticiou que Cristina Pinto Dias, atual secretária de Estado da Mobilidade, saiu da CP – Comboios de Portugal, em julho de 2015, com uma indemnização de cerca de 80 mil euros, e foi depois ganhar como administradora da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) um salário e despesas de representação na ordem dos 13.440 euros por mês, quase o dobro dos 7.210 euros que recebia na CP.
No Conselho de ministros, hoje protagonizado pelo primeiro-ministro e centrado na redução do IRS, esta pergunta foi passada por Luís Montenegro ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro.
“Esta é uma indemnização igual a perto de 400 trabalhadores e dentro de um programa aberto durante quatro anos com regra aplicáveis a todos”, disse Leitão Amaro.
O ministro defendeu que Cristina Pinto Dias recebeu a sua indemnização com base em 18 anos de trabalho na CP e que até se lhe aplicou “o mais baixo dos dois salários que poderia ser ponderado”, como técnica superiora e não como administradora, cargo que exercia quando deixou a empresa.
Leitão Amaro salientou ainda que, como deixou a CP para integrar um órgão regulador, “perdeu o direito de regressar à empresa onde estava para garantir a ética e a seriedade”.
“Não há comparações possíveis quanto a cenários discutidos no passado”, disse, numa alusão implícita ao caso da ex-administradora da TAP Alexandra Reis, que recebeu cerca de meio milhão de euros, caso que acabou por provocar a demissão do anterior Governo do ex-ministro das Infraestruturas e atual secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos.
SMA // JPS
By Impala News / Lusa
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