Governo britânico reduz alerta sobre viagens a Moçambique

O Governo britânico retirou hoje o conselho contra viagens não essenciais a Moçambique nas recomendações aos seus cidadãos, na sequência da redução dos protestos pós-eleitorais que se vinham a registar desde outubro neste país africano lusófono.

Governo britânico reduz alerta sobre viagens a Moçambique

Numa atualização nos seus conselhos aos viajantes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros indicou que já não desaconselha todas as viagens exceto as essenciais para todo o país que tinha declarado em 27 de dezembro.

No entanto, a recomendação mantém-se para zonas das províncias de Cabo Delgado e Nampula devido à ameaça terrorista. 

“Nos últimos meses, registaram-se distúrbios significativos em Moçambique na sequência das eleições nacionais de 09 de outubro de 2024. A situação melhorou desde finais de dezembro, mas continua a existir a possibilidade de novos distúrbios esporádicos. As portagens rodoviárias são particularmente vulneráveis a protestos súbitos”, lê-se no portal do Governo britânico.

Na quarta-feira, populares incendiaram uma portagem da Rede Viária de Moçambique (Revimo) na província de Maputo, sul do país, interrompendo o pagamento na mesma. 

Venâncio Mondlane, candidato nas presidenciais de outubro que contesta os resultados anunciados pelo Conselho Constitucional, apelou em dezembro ao não pagamento de portagens no país, o que levou à destruição e vandalização de algumas cabines de cobrança, que foram fechadas.

Moçambique vive desde 21 de outubro um clima de forte agitação social, protestos, manifestações e paralisações, convocadas por Venâncio Mondlane, com confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes, além de saques e destruição de equipamentos públicos e privados.

Venâncio Mondlane não reconhece os resultados das eleições de 09 de outubro, que deram a vitória a Daniel Chapo, já empossado como quinto Presidente de Moçambique.

O chefe de Estado disse, entretanto, estar em diálogo com partidos políticos para discutir reformas estatais, incluindo a alteração da lei eleitoral e da Constituição, em face da crise pós-eleitoral no país.

Na segunda-feira, Chapo anunciou consensos sobre termos de referência para discutir reformas estatais, incluindo alterações à lei eleitoral, após encontro com quatro líderes de forças partidárias, mas sem a presença de Venâncio Mondlane, líder da contestação.

BM (LYCE/PVJ/EAC) // MLL

By Impala News / Lusa

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