Governo britânico aumenta salário mínimo e impostos

O Governo britânico anunciou hoje um aumento de 9,7% do salário mínimo nacional, ao mesmo tempo que subiu impostos e reduziu o apoio ao custo da energia para tentar reduzir o défice orçamental e a dívida pública. 

Governo britânico aumenta salário mínimo e impostos

O Governo britânico anunciou hoje um aumento de 9,7% do salário mínimo nacional, ao mesmo tempo que subiu impostos e reduziu o apoio ao custo da energia para tentar reduzir o défice orçamental e a dívida pública.  Atualmente, o salário mínimo nacional para maiores de 23 anos é de 9,5 libras (10,9 euros) por hora, mas a partir de abril vai passar a 10,42 libras (11,9 euros) por hora, beneficiando cerca de dois milhões de pessoas, anunciou o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, no parlamento.

O executivo decidiu também cumprir a promessa de aumentar as pensões de reforma e subsídios de subsistência em linha com a taxa de inflação de setembro, de 10,1%, apesar de a taxa ter subido para 11,1% em outubro.

Ao mesmo tempo, Hunt decidiu aumentar a carga tributária sobre os contribuintes mais bem pagos e sobre empresas e, indiretamente, sobre a maioria dos britânicos.  Assim, reduziu para 125.140 libras (143.000 euros) anuais o rendimento anual ao qual se aplica o escalão máximo de 45% de tributação, em vez das atuais 150.000 libras (172.000 euros).

Os restantes escalões do imposto sobre os rendimentos serão congelados por mais dois anos, até 2028, o que significa que milhões de pessoas acabarão por pagar indiretamente mais à medida que os salários aumentam.  Outros impostos, como a taxa para a segurança social e o imposto sucessório, também permanecerão inalterados, e benefícios fiscais para dividendos e mais-valias reduzidos, o que deverá permitir ao Governo angariar mais receitas.

O aumento do imposto sobre as empresas de 19% para 25% já estava planeado, mas hoje Hunt anunciou a subida do imposto extraordinário sobre as petrolíferas de 25% para 35% e estender a aplicação por mais três anos, até 2028.

O ministro introduziu ainda uma taxa temporária de 45% sobre as empresas de eletricidade, que tem beneficiado indiretamente do aumento dos preços do gás natural pois o preço da energia está-lhe indexado. No conjunto, as medidas no setor da energia vão angariar 55.000 milhões de libras (63.000 milhões de euros) nos próximos cinco anos.

Quanto à ajuda do Governo para as contas de energia, esta vai continuar, mas a partir de abril será menos generosa, tendo as famílias que assumir despesas de até 3.000 libras (3.434 euros) anuais, em vez das 2.500 libras (2.862 euros) atuais.

As medidas fazem parte de um orçamento extraordinário apresentado para angariar 55.000 milhões de libras (63.000 milhões de euros) até 2028 e centrado no combate à inflação, que em outubro atingiu os 11,1%, um máximo em 41 anos.  “Hoje apresentamos um plano para enfrentar a crise do custo de vida e reconstruir a nossa economia. As nossas prioridades são a estabilidade, o crescimento e os serviços públicos”, afirmou Hunt.

O ministro disse que o plano “também conduz a uma recessão menor, contas de energia mais baixas, crescimento mais elevado, e um sistema de ensino e NHS [sistema de saúde público] mais forte”.

As medidas implicaram também contenção na despesa, tendo o Governo recuado na intenção de aumentar o orçamento para a Defesa para 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mantendo apenas a meta de 2%, e adiado o regresso do valor para a ajuda externa para 0,7%, continuando nos 0,5% do PIB. Pelo contrário, o Governo manteve o investimento nos projetos para a linha ferroviária de alta velocidade HS2 e a expansão no norte de Inglaterra, bem como a construção da central nuclear Sizewell C, no sudeste de Inglaterra.

O Partido Trabalhista criticou o plano do Governo, o qual responsabilizou “pelo fracasso económico lamentável” e pela recessão em curso.  “Os problemas do Reino Unido começaram antes da pandemia e começaram antes da invasão ilegal da Ucrânia por parte da Rússia”, acusou a deputada Rachel Reeves, ministra sombra das Finanças.

 

 

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