França e Filipinas efetuam exercício de combate conjunto no mar do Sul da China

O porta-aviões de propulsão nuclear francês e os navios de guerra que o acompanham realizaram este fim de semana exercícios de combate com as forças filipinas, no mar do Sul da China

França e Filipinas efetuam exercício de combate conjunto no mar do Sul da China

O Charles de Gaulle atracou na sexta-feira em Subic Bay, uma antiga base naval dos Estados Unidos a noroeste de Manila, após mais de dois meses de destacamento no Indo-Pacífico.

No fim de semana, o porta-aviões realizou exercícios de guerra anti-submarina e treinos de combate aéreo no mar do Sul da China, informaram as autoridades filipinas e francesas.

“Pretendemos aprofundar a nossa cooperação com os parceiros regionais com os quais partilhamos valores comuns, tais como o respeito pelo direito internacional e a garantia da liberdade de navegação nos espaços marítimos partilhados”, declarou a embaixadora francesa em Manila, Marie Fontanel, numa conferência de imprensa realizada no domingo, no convés de voo do Charles de Gaulle.

Fontanel falou perto de vários caças supersónicos Rafale, de um helicóptero de assalto e de um avião de vigilância. As bandeiras de França e das Filipinas surgiram lado a lado.

“A nossa presença é um lembrete constante da importância de promover e proteger o que nos une a todos – o direito internacional e a cooperação”, disse Fontanel.

Em 2024, a marinha francesa destacou pela primeira vez uma fragata para participar numa navegação conjunta com as forças homólogas dos Estados Unidos e das Filipinas nas águas disputadas com a China e nas suas proximidades.

A operação fez parte dos maiores exercícios de combate anuais realizados em vários anos pelas forças aliadas norte-americanas e filipinas nas Filipinas. Os exercícios, conhecidos como Balikatan (“ombro a ombro”), envolveram mais de 16 mil militares.

Na altura, a China criticou fortemente os exercícios, afirmando que as Filipinas estavam a juntar-se a países de fora da Ásia, numa referência aos EUA e aliados de segurança, e avisou que os exercícios poderiam instigar confrontos e minar a estabilidade regional.

Os destacamentos militares recentes e em curso da França nas Filipinas sublinham o seu “compromisso para com a segurança regional e o objetivo comum de reforçar a cooperação marítima no Indo-Pacífico”, declarou o porta-voz das Forças Armadas das Filipinas, coronel Xerxes Trinidad.

O Charles de Gaulle, o único porta-aviões de propulsão nuclear do mundo, para além dos da Marinha dos EUA, liderou um grupo de ataque que incluiu três navios de guerra destruidores e um navio de reabastecimento de petróleo, informaram as autoridades francesas.

A França tem vindo a reforçar os compromissos militares com as Filipinas e outras nações do Sudeste Asiático que estão em disputa com a China devido à soberania do mar do Sul da China, uma rota fundamental para o comércio e a segurança mundiais.

A China é contra a presença de forças estrangeiras, especialmente o exército dos EUA e os seus aliados, no mar do Sul da China, que Pequim reivindica quase na sua totalidade.

As reivindicações de Pequim sobrepõem-se às das Filipinas, do Vietname, da Malásia, do Brunei e de Taiwan. A Indonésia também tem participado em violentos confrontos com a guarda costeira chinesa e com as frotas de pesca nas águas de Natuna.

No final de 2023, o ministro francês da Defesa, Sébastien Lecornu, e o secretário da Defesa filipino, Gilberto Teodoro, assinaram um acordo para reforçar a cooperação militar e os compromissos conjuntos.

França e Filipinas iniciaram conversações em 2024 sobre um pacto de defesa que permitiria às tropas de cada país realizar exercícios no território do outro. Os negociadores franceses entregaram um projeto de acordo aos homólogos filipinos para dar início às negociações.

 

JPI //

By Impala News / Lusa

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