ExxonMobil escolhe McDermott para projeto de extração de gás no norte de Moçambique

A ExxonMobil escolheu os norte-americanos da McDermott para, em consórcio, preparar o projeto de engenharia do megaprojeto de produção de gás natural em Moçambique, a concluir no próximo ano, antecedendo a decisão final de investimento

ExxonMobil escolhe McDermott para projeto de extração de gás no norte de Moçambique

De acordo com informação da consultora norte-americana, a que a Lusa teve hoje acesso, a McDermott foi escolhida para liderar o consórcio formado ainda pela Saipem e China Petroleum Engineering and Construction Corporation, tendo até 16 meses para concluir o design técnico e de engenharia, designado por FEED (Front End Engineering Design), do projeto Rovuma LNG.

“O projecto Rovuma LNG Fase 1 representa um desenvolvimento significativo para o país e proporciona uma oportunidade significativa para o crescimento económico. O projeto inclui a liquefação e exportação de gás natural extraído dos campos offshore Área 4 ao largo da península de Afungi, em Moçambique [Cabo Delgado]”, lê-se numa informação da McDermott, com sede em Houston, consultada hoje pela Lusa.

O design atualizado do projeto envolve a produção de 18 Milhões de Toneladas Por Ano (MTA), composto por 12 módulos de 1,5 MTA cada, segundo dados da ExxonMobil.

“Este marco representa um passo crucial no desenvolvimento do projeto Rovuma LNG, sinalizando o compromisso da Área 4 com a excelência e inovação no setor de petróleo e gás”, refere uma informação da ExxonMobil, que vai também assegurar a construção de instalações terrestres associadas, em representação do operador da Área 4, a Mozambique Rovuma Venture (MRV).

O consórcio, além da ExxonMobil, integra ainda os italianos da Eni e os chineses da China National Petroleum Corporation (CNPC), que detêm uma participação de 70% no Contrato de Concessão de Exploração e Produção da Área 4.

O vice-presidente da petrolífera norte-americana, Walter Kansteiner, disse em 23 de setembro, em Nova Iorque, após reunir-se com o Presidente moçambicano, que a ExxonMobil prevê concluir o design técnico deste projeto dentro de um ano.

“Anunciámos a nossa FEED — Front End Engineering Design, a nossa engenharia de ponta e conceção [do projeto], e isso demora cerca de um ano. Por isso, aguardamos com expectativa os progressos em matéria de FEED nos próximos 12 ou 13 meses”, disse o vice-presidente da ExxonMobil para relações exteriores, em declarações aos jornalistas após a reunião com Filipe Nyusi.

O projeto da Exxon em Cabo Delgado – província a norte afetada há quase sete anos por ataques terroristas — previa, conforme estimativas iniciais, uma produção de 15,2 milhões de toneladas de gás por ano, entretanto revisto para 18 milhões de toneladas.

O Presidente moçambicano disse anteriormente que a ExxonMobil prevê tomar uma decisão sobre o projeto de extração de gás natural no norte de Moçambique apenas em 2026.

O chefe de Estado, que recebeu, em Maputo, em 14 de agosto, o presidente da ExxonMobil Upstream, Liam Mallon, explicou na altura que discutiu com o responsável da petrolífera norte-americana “os progressos no âmbito do projeto LNG” na bacia do Rovuma.

“Centrámos as nossas discussões na fase de engenharia inicial do projeto, agora com planos para finalizar as aprovações e tomar a Decisão Final de Investimento até 2026. Apresentando avanços significativos, ficou reiterado que este projeto será uma das iniciativas menos poluentes e com todo o potencial para um futuro promissor no setor de gás natural liquefeito”, explicou Nyusi.

O diretor-geral da ExxonMobil em Moçambique, Arne Gibbs, tinha avançado, em 03 de maio, a possibilidade de a decisão sobre o investimento ser tomada no final de 2025.

O projeto do Rovuma LNG será “o maior projeto de gás natural liquefeito em África, e pode ser o maior projeto na história africana”, acrescentou Gibbs.

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, incluindo um da TotalEnergies, ainda suspenso devido a questões de segurança, também na península de Afungi.

PVJ // VM

By Impala News / Lusa

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