Ex-presidente Joe Biden acusa Trump de “pegar num machado” para cortar Segurança Social

O ex-presidente norte-americano Joe Biden afirmou que o seu sucessor, Donald Trump, “pegou num machado” para cortar a Segurança Social, uma questão crítica para milhões de americanos

Ex-presidente Joe Biden acusa Trump de

“Nos 90 anos desde que Franklin D. Roosevelt criou o sistema de Segurança Social, as pessoas receberam sempre os seus cheques. Receberam-nos durante guerras, recessões, pandemias. Acontecesse o que acontecesse recebiam-nos, mas agora, pela primeira vez, isso pode mudar. Seria uma calamidade para milhões de famílias, milhões de pessoas”, afirmou numa conferência que foi a cabeça de cartaz.

Antes do primeiro discurso público do antigo presidente desde que deixou a Casa Branca, esta noite em Chicago, vários democratas de todo o país lançaram avisos semelhantes ao longo de uma jornada que descreveram como o Dia de Ação da Segurança Social.

“Em menos de 100 dias, esta nova Administração já causou tantos danos e tanta destruição. É de tirar o fôlego”, acusou Biden durante um discurso, em que alertou para os efeitos que começam a ter algumas medidas já tomadas por Trump, como o despedimento de milhares de funcionários públicos nos organismos da Segurança Social.

Os democratas têm-se concentrado cada vez mais nas ações de Trump relacionadas com a popular agência governamental, que distribui benefícios a mais de 70 milhões de americanos.

Ambos os partidos esperam que a Segurança Social surja como uma questão-chave nas eleições intercalares do próximo ano.

Entretanto, a administração da Segurança Social reagiu contra as observações de Biden através da sua conta oficial na rede social X, acusando o ex-presidente de estar a “mentir aos americanos”.

As ações de Trump relacionadas com a Segurança Social têm gerado polémica, desde a sua tomada de posse em janeiro. O Presidente republicano reduziu a força de trabalho da administração pública, incluindo milhares de funcionários da administração da Segurança Social.

Para além de uma demissão planeada de 7.000 trabalhadores, Trump colocou em marcha planos controversos para impor medidas mais rigorosas de prova de identidade a submeter aos beneficiários da Segurança Social.

A agência foi já processada por uma das decisões permitir que o Departamento de Eficiência Governamental do conselheiro de Trump, Elon Musk, aceda aos registos dos beneficiários da Segurança Social, assim como a outras informações de identificação pessoal.

Musk, o homem mais rico do mundo e um dos conselheiros mais influentes de Trump, caracterizou a Segurança Social como “o maior esquema Ponzi de todos os tempos”.

Nas últimas semanas, os beneficiários da Segurança Social têm-se queixado de longos tempos de espera em chamadas telefónicas, uma vez que o portal oficial da agência, “my Social Security”, tem registado um aumento de falhas.

Tem igualmente vindo a aumentar o número queixosos entre as pessoas que recebem o rendimento suplementar da Segurança Social, incluindo idosos com deficiência e adultos e crianças com baixos rendimentos, depois de receberem avisos segundo os quais deixaram de “receber benefícios”.

A agência já disse que o aviso foi um erro, e a Casa Branca prometeu que não iria cortar os benefícios da Segurança Social, acrescentando, porém, que quaisquer alterações se destinam a reduzir o desperdício e a fraude.

“Eles estão a atirar primeiro e a apontar depois”, acusou hoje Biden. “Querem destruí-la para a poderem roubar. Porque é que a querem roubar? Para reduzir os impostos dos bilionários e das grandes empresas”, acrescentou.

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By Impala News / Lusa

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