EUA impõem sanções ao fundador de partido na Geórgia por “prejudicar” democracia

Os Estados Unidos (EUA) anunciaram hoje sanções contra Bidzina Ivanishvili, fundador do partido no poder na Geórgia, Sonho Georgiano, por “prejudicar o futuro democrático” do país “em benefício da Federação Russa”, após uma crise política pós-eleitoral profunda.

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“Os Estados Unidos designam Bidzina Ivanishvili, fundador e presidente honorário do partido no poder na Geórgia, o Sonho Georgiano, por prejudicar o futuro democrático e euro-atlântico da Geórgia, em benefício da Federação Russa”, anunciou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, num comunicado de imprensa.

A Geórgia tem atravessado uma grave crise política desde as eleições legislativas a 26 de outubro, um processo que foi alvo de várias acusações de fraude pela oposição, pela Presidente, Salome Zurabishvili, e pelos observadores internacionais e cuja vitória foi atribuída ao partido no poder, o Sonho Georgiano.

A oposição acusou o atual primeiro-ministro e líder do partido, Irakli Kobajzide, de ter orquestrado uma fraude eleitoral em a colaboração da Rússia, algo que este negou veementemente.

Blinken denunciou as ações do partido no poder e de Ivanishvili por “corroerem as instituições democráticas, permitirem violações dos direitos humanos e restringirem o exercício das liberdades fundamentais na Geórgia”.

“Os resultados [da eleição] deixaram a Geórgia vulnerável à Rússia, que continua a ocupar mais de 20% do território da Geórgia”, adiantou o chefe da diplomacia norte-americana na mesma nota.

O partido no poder desde 2012 decidiu no final de novembro adiar as negociações de adesão à União Europeia (UE) para 2028, um objetivo consagrado na Constituição da antiga república soviética.

Esta decisão levou milhares de pessoas a manifestarem-se em frente ao edifício do parlamento na capital, Tbilissi, em protestos que foram violentamente reprimidos, marcados por dezenas de detenções e feridos em confrontos com as forças de segurança.

O chefe da diplomacia norte-americana acusou o Sonho Georgiano de “descarrilar o futuro euro-atlântico da Geórgia, um futuro que o povo georgiano deseja na sua esmagadora maioria e que a Constituição da Geórgia exige”.

“Condenamos veementemente as ações do Sonho Georgiano sob a liderança de Ivanishvili, incluindo a repressão contínua e violenta de cidadãos georgianos, manifestantes, membros dos meios de comunicação social, ativistas dos direitos humanos e figuras da oposição”, afirmou o secretário de Estado norte-americano.

Blinken salientou também o empenho dos Estados Unidos em “promover a responsabilização daqueles que estão a minar a democracia e os direitos humanos na Geórgia”.

Em resultado das sanções emitidas, os bens e os ativos de Ivanishvili passam a estar bloqueados no território norte-americano e os cidadãos norte-americanos ficam proibidos de efetuar transações com o antigo primeiro-ministro georgiano.

Além destas medidas, o nome de Ivanishvili consta atualmente na lista de sanções do Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro norte-americano.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, referiu que as relações entre Ivanishvili e Moscovo são o principal motivo para a aplicação destas sanções.

“As suas ações permitiram violações dos direitos humanos e prejudicaram o futuro democrático e europeu do povo georgiano em benefício da Federação Russa”, declarou Miller numa declaração publicada na rede social X.

JYFR // JH

By Impala News / Lusa

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