Estudantes no Bangladesh dizem que vão manter protesto mesmo com revogação de quotas

O principal grupo de estudantes responsável pelos protestos no Bangladesh anunciou hoje que vai manter o movimento contra as quotas de recrutamento na função pública, apesar da revogação feita pelo Supremo Tribunal.

Estudantes no Bangladesh dizem que vão manter protesto mesmo com revogação de quotas

“Não vamos parar as nossas manifestações até que o Governo tome uma decisão que tenha em conta as nossas exigências”, declarou à AFP um porta-voz da associação Estudantes contra a Discriminação, sob condição de anonimato.

O Supremo Tribunal do Bangladesh anulou hoje uma decisão judicial que permitia a atribuição de empregos públicos aos filhos dos veteranos de guerra, um privilégio que provocou grandes protestos de estudantes e uma onda de violência, mas remeteu para o Governo a elaboração de uma nova lei.

Numa audiência especial, realizada devido à violência nas ruas que já causou mais de uma centena de mortos, o Supremo Tribunal decidiu anular a decisão do Tribunal Superior de Daca, proferida no mês passado, que permitia ao Governo conceder um terço dos empregos aos descendentes dos combatentes da guerra de libertação do Bangladesh (1971), informaram vários canais de televisão do país.

Hoje, o Governo do Bangladesh decidiu prolongar o recolher obrigatório, enquanto as comunicações no país continuam cortadas, numa tentativa de conter os distúrbios decorrentes dos protestos estudantis.

As manifestações quase diárias convocadas no início de julho principalmente por estudantes destinam-se a obter o fim das quotas de admissão no funcionalismo público, que favorecem as elites próximas do poder.

Os protestos subiram de tom nos últimos dias e representam o maior desafio para a primeira-ministra, Sheikh Hasina, desde que conquistou o quarto mandato consecutivo, em janeiro, num ato eleitoral boicotado pelos principais grupos de oposição.

PJA // MSF

By Impala News / Lusa

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