Empresa hispano-italiana Iryo interessada na alta velocidade em Portugal

O presidente executivo da Iryo, empresa privada de transporte ferroviário de alta velocidade, manifestou hoje o interesse em entrar em Portugal quando forem construídas as linhas entre Lisboa e o Norte de Espanha e entre Lisboa e Madrid.

Empresa hispano-italiana Iryo interessada na alta velocidade em Portugal

Em função da evolução das infraestruturas, a empresa hispano-italiana “quer operar em toda a Península Ibérica e está pronta quando surgirem as oportunidades”, disse Simone Gorini, numa entrevista à agência de notícias espanhola EFE.

Simone Gorini revelou que a Iryo, que já está no mercado espanhol desde novembro de 2022, tem interesse em alargar a operação em Espanha às ligações de comboio de alta velocidade entre Madrid e a Galiza, no norte do país, assim como nas futuras linhas que estão projetadas em Portugal.

O presidente executivo da Iryo disse à EFE que a empresa está interessada na oportunidade de desenvolvimento da alta velocidade em Portugal, tanto no designado Corredor Atlântico (Lisboa-Porto-Norte de Espanha), como na ligação Lisboa-Madrid).

Portugal espera ter concluída a primeira linha de alta velocidade, entre Lisboa e o Porto, em 2032, sendo o objetivo fazer uma ligação, no mesmo ano, com Vigo, na Galiza, em Espanha.

Espanha tem a segunda maior rede de alta velocidade do mundo, a seguir à China.

O primeiro operador privado entrou em Espanha em maio de 2021 e a primeira fase da liberalização das ligações de alta velocidade ficou concluída em 16 de janeiro último.

Há hoje três empresas a competir nas ligações de alta velocidade que unem Madrid a regiões e cidades do nordeste, leste e sul do país.

Além da empresa pública Renfe, estão no mercado espanhol a francesa Ouigo (desde maio de 2021) e a Iryo (desde novembro de 2022).

A Renfe continua porém a ser a única operadora das ligações entre Madrid e o norte de Espanha (à Galiza e às Astúrias), cuja liberalização está prevista para a nova fase e deverá traduzir-se na entrada das empresas privadas em 2026, segundo o Governo espanhol.

Segundo dados oficiais, a liberalização e consequente concorrência entre empresas provocou uma diminuição dos preços dos bilhetes dos comboios de alta velocidade de cerca de 30%.

No entanto, todas as empresas têm, para já, prejuízos com estas operações, que ascendem a 600 milhões de euros desde 2021, no conjunto.

O presidente executivo da Iryo disse hoje à EFE que a empresa espera tornar a operação em Espanha rentável “dentro de um período de tempo bastante rápido”, depois de resultados “muito positivos” em 2024.

A Iryo ja superou os 14 milhões de passageiros em Espanha, oito milhões dos quais em 2024, “um ano chave para a consolidação”, considerou Simone Gorini.

A ocupação média dos comboios da empresa em Espanha é de 73%, com a ligação entre Madrid e Barcelona a ser a que tem mais procura.

MP // CSJ

By Impala News / Lusa

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