Disney. Filme Mulan alvo de apelos de boicote
A nova versão do filme Mulan voltou a ser alvo de apelos de boicote, depois de os espetadores terem detetado agradecimentos nos créditos finais a várias agências governamentais de Xinjiang, região chinesa acusada de violações dos direitos humanos.
A nova versão do filme Mulan voltou a ser alvo de apelos de boicote, depois de os espetadores terem detetado agradecimentos nos créditos finais a várias agências governamentais de Xinjiang, região chinesa acusada de violações dos direitos humanos.
Após a estreia do filme da Disney, este fim de semana, ativistas denunciaram as referências a oito organizações ligadas às autoridades de Xinjiang, que estão encarregadas de um programa de doutrinação de mais de um milhão de muçulmanos, detidos em campos de reeducação, onde há relatos de abusos físicos e trabalho forçado.
Entre as organizações está o departamento de segurança pública da cidade de Turfán ou o departamento de propaganda do Partido Comunista Chinês na região.
Localizada no extremo noroeste da China, a região autónoma de Xinjiang foi convertida, nos últimos anos, num Estado policial, após violentos conflitos étnicos, entre membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur e os han, a etnia maioritária na China, terem abalado o território.
Advogados que representam os uigures no exílio deram entrada de uma ação no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o Presidente chinês, Xi Jinping, e outras autoridades importantes de Pequim, por alegados crimes contra a humanidade.
O filme, cuja produção custou 200 milhões de dólares (170 milhões de euros) e que conta a história de uma lendária guerreira chinesa, já estava envolvido em polémica, depois de a atriz principal, Liu Yifei, ter expressado apoio à polícia de Hong Kong, numa altura em que os protestos antigovernamentais abalaram a região semiautónoma da China.
A Disney não comentou até agora a polémica sobre os agradecimentos.
Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, defendeu numa conferência de imprensa, em Berlim, que os alegados campos de reeducação são antes programas que visam combater a radicalização dos uigures e prepará-los para o mercado de trabalho, através de treino vocacional.
“Mulan” foi lançado este fim de semana na plataforma Disney +, como alternativa aos cinemas, devido à pandemia do novo coronavírus.
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