Costa quer discutir próximos passos na defesa e orçamento da UE a longo prazo em cimeira
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, quer discutir na cimeira europeia da próxima semana os passos seguintes para defesa na União Europeia (UE) e o novo orçamento comunitário a longo prazo, numa reunião marcada pela “incerteza mundial”.

Desde que iniciou funções como presidente do Conselho Europeu, a 01 de dezembro passado, António Costa tem tentado agilizar as reuniões desta instituição da UE que define as suas orientações e prioridades políticas gerais, focando-se mais na discussão e menos em conclusões escritas.
Assim, apesar da sua ambição de que esta cimeira europeia acontecesse apenas na quinta-feira, isso pode não acontecer, como indica na carta-convite: “Esforçar-me-ei por realizar a nossa reunião num só dia, mas dada a incerteza em torno de possíveis desenvolvimentos internacionais, não posso excluir a possibilidade de termos de continuar na sexta-feira de manhã”.
Este é o segundo Conselho Europeu regular e o quinto informal ou bilateral (contando com retiro em fevereiro passo e uma cimeira informal e encontro UE-África do Sul este mês) presidido por António Costa.
Na carta-convite hoje enviada aos chefes de Governo e de Estado da UE, António Costa salienta que “o ponto central da ordem de trabalhos desta reunião será a competitividade” europeia, tema que está “estreitamente interligado” com a necessidade de investir em defesa.
Quando se espera que, na próxima quarta-feira, a Comissão Europeia apresente o seu Livro Branco sobre o Futuro da Defesa Europeia, com mais medidas incluindo para financiar investimento no setor após um plano de 800 mil milhões de euros apresentado no início deste mês, o presidente do Conselho Europeu diz esperar que os líderes da UE possam “abordar os recentes desenvolvimentos em relação à Ucrânia e os próximos passos em matéria de defesa”.
Isto depois de, Ucrânia ter aceitado a proposta de cessar-fogo de 30 dias apresentada pelos Estados Unidos e de a Rússia ter dito que o faria nos seus próprios termos.
“O nosso apoio continuado à Ucrânia, a necessidade de investir na nossa defesa e a nossa competitividade estão estreitamente interligados. Uma União mais competitiva será uma União mais forte, mais capaz de proteger os seus cidadãos, os seus interesses e os seus valores na cena mundial”, acrescenta António Costa.
Nesta reunião de alto nível, está também prevista uma “primeira troca de pontos de vista sobre o próximo Quadro Financeiro Plurianual [QFP 2028-2034] e os novos recursos próprios, com o antigo primeiro-ministro português a vincar ser necessária uma “abordagem global das despesas e das receitas” e que, face aos “desafios” atuais, os líderes da UE devem ter “uma mente aberta e num espírito de responsabilidade coletiva”.
“O meu objetivo é que este contributo possa ser tido em conta pela Comissão antes das suas propostas para o pacote do QFP, previstas para antes do verão”, adianta.
O encontro de alto nível dedicado ao tema da Competitividade contará com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro.
Entre os presentes (por videoconferência ou presencialmente) estão o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe.
Serão ainda abordados outros assuntos, como as migrações e o multilateralismo.
ANE // APN
By Impala News / Lusa
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