Costa e Kallas garantem apoio da UE à paz justa, duradoura e definida pelos ucranianos
O presidente do Conselho Europeu e a chefe da diplomacia da União Europeia (UE) garantem, no terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, “apoio total” comunitário a uma paz abrangente, justa e duradoura, em condições definidas pelos ucranianos.
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A poucos dias de se deslocar a Kiev pela segunda vez em dois meses para assinalar o terceiro aniversário da guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, garante em declarações por escrito à agência Lusa: “Estamos e continuaremos a estar firmes no apoio total à Ucrânia, parte integrante do projeto europeu para a paz”.
“Com garantias de segurança, com um caminho de adesão à União Europeia, com a construção da Europa da defesa, à altura das suas responsabilidades”, salienta, garantindo unidade no bloco comunitário na defesa de “uma paz abrangente, justa e duradoura, cujas condições para uma verdadeira negociação só poderão ser definidas pela Ucrânia”.
De acordo com António Costa, “a história recente da Ucrânia demonstra que uma paz abrangente não pode ser reduzida a um simples cessar-fogo e que quaisquer negociações devem garantir que a Rússia deixará de ser uma ameaça para a Ucrânia, para a Europa e para os seus vizinhos”.
Após ter iniciado o seu mandato em Kiev a 01 de dezembro passado, o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado europeus vai, na segunda-feira, reafirmar em território ucraniano “a sólida posição da União Europeia, que desde a primeira hora tem estado ao lado da Ucrânia e do seu povo”.
“Há três anos, a Ucrânia foi invadida pela Federação Russa numa escala sem precedentes na história recente da Europa. Uma guerra de agressão não provocada, injustificada e ilegal, uma guerra que gerou um incrível sofrimento humano e a destruição de inúmeras cidades e infraestruturas, uma guerra que viola a soberania da Ucrânia, a sua integridade territorial e os princípios fundamentais do direito internacional”, elenca António Costa.
Numa altura de tentativa de mediação norte-americana de negociações para fim do conflito e de ameaças da administração de Donald Trump relacionadas com corte das ajudas financeiras à Ucrânia, António Costa garante que “a paz na Ucrânia e a segurança da Europa não podem ser separadas” e que a UE está “firme” no apoio aos ucranianos e “unida pelo futuro da Europa”.
Também numa declaração escrita enviada à Lusa, a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, salienta: “Precisamos de força, não de concessões, para uma paz justa e duradoura”.
A chefe da diplomacia comunitária garante que “a UE está a fazer a sua parte”, aludindo ao acordo político alcançado na semana passada e que será confirmado na segunda-feira sobre um 16º pacote de sanções e ao aumento da ajuda militar europeia à Ucrânia.
“Kiev tem de ser capaz de negociar a partir de uma posição de força [pois] mesmo depois de terminada a guerra, a Rússia continuará a ser uma ameaça, razão pela qual a Europa precisa de investir mais na defesa”, advoga Kaja Kallas.
Refletindo sobre estes três anos de guerra, a Alta Representante conclui nas declarações à Lusa que o Presidente russo, Vladimir Putin, “não conseguiu atingir nenhum dos seus objetivos estratégicos”.
“A Rússia quer que o mundo acredite que pode manter esta guerra indefinidamente, mas a realidade é diferente. Os limitados ganhos territoriais da Rússia são acompanhados de baixas militares insustentáveis e de uma economia em colapso e o tempo não está do lado da Rússia”, afirma ainda.
Na próxima segunda-feira, a Ucrânia assinala o terceiro aniversário do início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais.
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By Impala News / Lusa
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