Comandante da PSP de Viseu quer mais formação para apoiar vítimas de violência doméstica
O novo comandante distrital da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Viseu quer aumentar a capacitação dos agentes no apoio às vítimas de violência doméstica, o crime número um no distrito.
“A questão da violência doméstica é claramente um problema que carece de intervenção de vários atores mais informais para a sua mitigação, ou seja, acima de tudo trabalhar em parceria”, reconheceu Pedro Sousa. O crime de violência doméstica contra cônjuge ou análogos é o mais registado no distrito de Viseu, assim como na maioria dos distritos e a nível nacional, segundo o último relatório de segurança interna de Portugal, divulgado em maio.
A nível nacional, em 2021, foram registadas 22.524 queixas de violência doméstica, menos 915 de que em 2020, uma descida de 3,9 pontos percentuais e, no distrito de Viseu, foram registadas 7.699, mais 80 do que em 2020 (7.619), um aumento de 1,1 ponto percentual. O responsável pelo comando distrital da PSP disse que o objetivo é “melhorar e reforçar o apoio social às vítimas de crimes, especialmente as pertencentes aos grupos mais vulneráveis, nomeadamente mulheres vítimas de violência doméstica, crianças e idosos”.
“Na prática, é tentarmos aumentar os índices de formação e capacitação dos nossos recursos, das nossas pessoas, dos nossos polícias, mas também criar sinergias de proximidade com os vários parceiros que trabalham nesta temática, seja em prevenção, como em repressão”, disse. Pedro Sousa referiu que “existe um manual de atuação das 72 horas em termos de violência doméstica, para os órgãos de polícia criminal” e, neste sentido, afirmou que a PSP de Viseu quer “estar sempre ao lado do Ministério Público na mitigação deste fator”.
O comandante lembrou que “existem Equipas de Prevenção e Apoio à Vítima (EPAV) e existem gabinetes específicos” para acolher as vítimas de violência doméstica de “forma a sentirem-se confortáveis e seguras”. Ainda assim, reconheceu que, “apesar de, às vezes, aparecerem queixas na comunicação social, comparativamente ao que existia na década de 1990, melhorou-se muito, mas muito há a fazer” ainda.
O segundo crime mais praticado no distrito de Viseu, segundo o relatório, é o de condução sob o efeito de álcool, seguido do de furtos em interiores de viaturas, enumerou o comandante, que defendeu “a realização de campanhas de sensibilização” para os combater. “E dar continuidade ao trabalho que tem sido feito, quer na prevenção quer na reação; confiar nos polícias que têm estado a desenvolver a sua missão e, sempre que há indicadores que nos levem às chamadas “bandeiras vermelhas”, desenvolver estratégias nesse sentido, seja na prevenção ou na investigação”, acrescentou.
Pedro Sousa assumiu o comando da PSP de Viseu no início de maio, que estava desde setembro sob o comando interino do segundo comandante, Rui Matos. Para já, disse ainda estar a conhecer quer Viseu, quer a divisão de Lamego, quando questionado sobre os meios que tem. “Somos 245 elementos no comando distrital e os meios humanos e materiais tendem sempre a ser escassos na ótica de qualquer comandante, mas não podem existir dúvidas quanto à concretização com sucesso da nossa missão”, considerou.
Disse, por isso, que tenta “sempre otimizar e maximizar os recursos” de que dispõe “de acordo com a realidade existente” apesar de reconhecer que “qualquer comandante gostaria de ter 10.000 polícias, mas não é possível”. “Fazemos sempre a comparação entre o rácio polícia e a população e, comparativamente em termos nacionais, em Viseu há um número interessante” de efetivos no comando distrital.
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