Cimeira extraordinária da Liga Árabe sobre futuro de Gaza hoje no Cairo
O Cairo acolhe hoje uma cimeira árabe de emergência, organizada pelo Governo egípcio, para debater “os mais recentes desenvolvimentos graves” na questão palestiniana com o plano norte-americano para controlar Gaza.

O plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visa transferir os habitantes de Gaza para o Egito e Jordânia, e colocar o território palestiniano sob controlo norte-americano.
A cimeira árabe, prevista inicialmente para o final de fevereiro, inclui também a apresentação do plano egípcio de reconstrução da Faixa de Gaza, depois de o Egito ter recebido apoio regional contra o plano de Trump, já rejeitado pela resistência palestiniana, por todos os países árabes e pela grande maioria da comunidade internacional.
O novo chefe de Estado sírio, Ahmad al-Chareh, foi convidado pelo homólogo egípcio, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, para participar na cimeira, enquanto o presidente do Conselho Europeu, António Costa, participa em nome da União Europeia (UE).
Ausentes da cimeira estarão os presidentes da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, e da Tunísia, Kais Saied, apesar de as conversações incidirem sobretudo com a necessidade de se proceder à reconstrução da Faixa de Gaza sem que haja a necessidade de deslocar os palestinianos do território e evitar que se transforme na “Riviera do Médio Oriente”, tal como defendeu Trump.
Os dois países vizinhos do Magrebe estarão representados na cimeira pelos seus chefes de diplomacia, Ahmed Attaf, da Argélia, e Mohamed Ali al-Nafti, da Tunísia, que manterá conversações com vários dos seus homólogos árabes à margem da cimeira.
Domingo à noite, a agência noticiosa argelina APS noticiou que Tebboune “decidiu não participar pessoalmente” na cimeira, que se realiza num “contexto marcado por desequilíbrios e deficiências” no processo da sua preparação, “uma vez que foi monopolizada por um pequeno e limitado grupo de países árabes”.
Segundo a APS, Tebboune sustenta que esse “pequeno grupo” elaborou os pontos e objetivos da próxima reunião no Cairo “sem qualquer coordenação com o resto dos países árabes, apesar de todos eles estarem envolvidos na causa palestiniana”.
“A lógica sempre foi, e continua a ser, reforçar a unidade árabe e reunir todos os países em torno da causa palestiniana, que continua a ser a sua causa central, sobretudo num momento em que enfrenta desafios existenciais que procuram minar o projeto nacional palestiniano no seu núcleo”, acrescentaram as fontes da APS.
JSD // APN
By Impala News / Lusa
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