China diz que movimentos militares junto a Taiwan são castigo para líder da ilha

O Governo da China afirmou que a recente atividade militar chinesa junto a Taiwan é uma “punição firme” contra o líder taiwanês, após William Lai Ching-te ter classificado Pequim como uma “força estrangeira hostil”

China diz que movimentos militares junto a Taiwan são castigo para líder da ilha

Na segunda-feira à noite, o porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (o executivo chinês) acusou William Lai de “agravar o confronto” no Estreito de Taiwan.

De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Chen Binhua descreveu as manobras militares chinesas como necessárias, justificadas e “um poderoso impedimento contra as forças separatistas”.

Pelo menos 59 aviões de combate chineses sobrevoaram Taiwan nas últimas 24 horas, o número mais elevado desde outubro, anunciou hoje o Ministério da Defesa Nacional da ilha, em comunicado.

Destas aeronaves, 54 participaram em patrulhas de “combate conjunto” com navios militares chineses na segunda-feira, disse o ministério, que também detetou nove navios e dois balões.

Num comunicado divulgado na segunda-feira à noite, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan expressou “forte condenação” pelas ações militares da China e denunciou o Partido Comunista Chinês (PCC) como aquele que “de forma constante” expande a sua presença na região, desafia o status quo e “recorre à coação na área cinzenta” para minar a estabilidade.

“O PCC não pode, por um lado, declarar publicamente que deseja estabilidade, enquanto, por outro lado, continuar com ações provocatórias que minam a paz e a estabilidade regionais e até globais. Como membro responsável da comunidade internacional, Taiwan continuará a lutar pela paz, estabilidade e prosperidade na região”, disse o ministro Lin Chia-lung, citado no comunicado.

A atividade militar serviu ainda como “um aviso solene às forças externas que interferem” na questão de Taiwan, disse Chen Binhua, referindo-se aos Estados Unidos, o principal fornecedor de armas da ilha.

“A independência de Taiwan é incompatível com a paz no Estreito de Taiwan”, reiterou o porta-voz, acrescentando que Lai “tem aderido obstinadamente à posição separatista” e “tem pressionado pela dissociação entre os dois lados do Estreito”.

O comportamento de Lai, disse Chen, “tem continuamente empurrado Taiwan para uma situação militar perigosa”.

Se as autoridades taiwanesas “ousarem provocar e brincar com o fogo, só conseguirão a sua própria ruína e serão esmagadas”, acrescentou.

William Lai, considerado um “combatente pela independência” e um agitador por Pequim, classificou a China como uma “força estrangeira hostil” em 13 de março, durante um dos seus discursos mais duros desde que assumiu o cargo.

Taiwan é governada de forma autónoma desde 1949 e possui o seu próprio exército e um sistema político, económico e social diferente do da República Popular da China, mas Pequim considera Taiwan uma “parte inalienável” do seu território.

 

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By Impala News / Lusa

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