CDS-PP recusa integrar executivo da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica
Elementos do CDS-PP que integraram a candidatura da coligação “Novos Tempos” à Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa, não vão formar executivo.
Os elementos do CDS-PP que integraram a candidatura da coligação “Novos Tempos” à Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa, não vão formar executivo, situação que o presidente eleito disse hoje em nada afetar os órgãos nomeados. “O CDS-PP local tomou a decisão de se afastar deste processo, tendo-o comunicado por escrito ainda durante a campanha eleitoral. Tal decisão não afetou o nosso foco em conquistar a confiança da população da freguesia de São Domingos de Benfica, o que resultou no sucesso conhecido nos resultados eleitorais”, disse numa curta resposta à Lusa José da Câmara, presidente eleito nas autárquicas de 26 de setembro.
A tomada de posse dos órgãos autárquicos da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica está agendada para hoje, pelas 20:00, na Quinta da Alfarrobeira, atuais instalações da junta. Nas eleições autárquicas, José da Câmara, independente, mas que concorreu à junta na coligação “Novos Tempos”, que juntou cinco partidos: PSD, CDS-PP, MPT, PPM e Aliança, venceu o ato eleitoral, com 35,27% dos votos (6.024 votos), seguido do PS/Livre com 32,80 (5.601 votos).
Em declarações à Lusa, Nuno Brito, do CDS-PP, revelou hoje que toda a equipa indicada pelo seu partido “recusa terminantemente integrar o executivo liderado pelo fadista José da Câmara”, lembrando que o trabalho dos autarcas centristas foi “reconhecido pelos moradores da freguesia, contribuindo para a vitória da coligação ‘Novos Tempos’ na freguesia com cerca de 33.745 habitantes”.
Na tomada de decisão, Nuno Brito alega estar o facto de o atual presidente da autarquia “não querer honrar o acordo da coligação ‘Novos Tempos’”.
“O acordo chapéu entre os partidos formado para a coligação não é respeitado”, afirmou, sem especificar concretamente, lembrando haver “alguma relutância devido à falta de preparação de vida política por parte de José da Câmara”, mas que, apesar das reservas, fez campanha por todos os fregueses que apostam no partido.
À Lusa, José da Câmara considera que esta decisão da estrutura local do CDS-PP “em nada afeta os órgãos eleitos que hoje tomam posse em São Domingos de Benfica, nem a coligação ‘Novos Tempos’, que conquistou a Câmara Municipal de Lisboa”. Nuno Brito explicou ainda que o CDS-PP contribuiu com “cerca de 70% das propostas de trabalho” para o projeto ‘Novos Tempos’, algo que diz “não se arrepender” pelas pessoas que vivem em São Domingos de Benfica e que conhecem o trabalho dos centristas na freguesia.
O responsável lembrou também que foi informado pela direção do CDS-PP de que o PSD “não estava a querer respeitar o acordo autárquico” e que queria escolher as pessoas para os órgãos, quando aquilo que a coligação elege, segundo Nuno Brito, são “lugares e não pessoas”.
“A única coisa escolhida são os lugares da lista, não as pessoas”, frisou, reiterando que os fregueses “votaram numa coligação e que se ela não existisse não havia vitória nas eleições”.
“Do ponto de vista teórico, não posso dizer que não pode haver uma inversão da posição [de formar executivo], mas muito convictamente, as probabilidades são zero”, alertou o centrista, que foi autarca em São Domingos nos últimos dois mandatos, primeiro de 2013/2017, na coligação “Sentir Lisboa”, e o segundo como cabeça de lista pela candidatura “Nossa Lisboa” (2017/2021), liderada por Assunção Cristas.
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