Câmara dos Representantes dos EUA aprova projeto-lei de controlo de armas

O projeto-lei de controlo de armas dos democratas dificilmente será aprovado no Senado, onde os republicanos preferem melhorar os programas de saúde mental

Câmara dos Representantes dos EUA aprova projeto-lei de controlo de armas

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto-lei de controlo de armas, na quarta-feira, em resposta aos recentes tiroteios em Buffalo e Uvalde, que aumenta a idade mínima para comprar uma espingarda semiautomática. A lei foi aprovada na câmara baixa do Congresso por uma votação em linhas maioritariamente partidárias de 223-204.

A proposta dos democratas dificilmente será aprovada no Senado, onde os republicanos preferem melhorar os programas de saúde mental, reforçar a segurança das escolas e aprimorar a verificação de antecedentes. No entanto, o projeto-lei da Câmara dos Representantes dá aos congressistas democratas uma hipótese de enquadrar os eleitores nas eleições intercalares de novembro.

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“Não podemos salvar todas as vidas, mas meu Deus, não deveríamos tentar? América, nós escutamos-te e hoje na Câmara [dos Representantes] estamos a tomar as medidas que exigiste”, disse a congressista democrata Veronica Escobar. A tomada de posição surge depois de uma comissão da Câmara dos Representantes ter ouvido depoimentos de vítimas de tiroteios recentes e familiares, incluindo uma menina de 11 anos — Miah Cerrillo — que se cobriu com o sangue de um colega morto para evitar ser baleada na escola primária de Uvalde.

O ciclo aparentemente interminável de tiroteios em massa nos Estados Unidos raramente fez com que o Congresso agisse, mas o ataque que provocou a morte de 19 crianças e duas professores em Uvalde reacendeu os esforços de uma forma que fez os congressistas de ambos os partidos discutirem sobre como resolver a situação. “É revoltante, é revoltante que os nossos filhos sejam forçados a viver com esse medo constante”, disse a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.

Pelosi disse que a votação na Câmara “faria história ao fazer progressos”, mas não está claro para onde a medida irá após a votação de quarta-feira, já que os republicanos foram inflexíveis na sua oposição. “A resposta não é destruir a Segunda Emenda, mas é exatamente para onde os democratas querem ir”, disse o congressista republicano Jim Jordan.

O trabalho para encontrar um terreno comum está a ocorrer principalmente no Senado, onde será necessário o apoio de 10 republicanos para aprovar o projeto-lei. Quase uma dúzia de senadores democratas e republicanos reuniram-se em privado durante uma hora, na quarta-feira, na esperança de chegar a um acordo sobre uma lei de consenso até ao final da semana. Os participantes disseram que são necessárias mais conversas sobre um plano que deve propor medidas modestas.

O projeto-lei da Câmara dos Representantes reúne uma variedade de propostas que os democratas apresentaram antes dos recentes tiroteios em Buffalo e Uvalde, incluindo o aumento da idade mínima para comprar armas semiautomáticas para os 21 anos.

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