Câmara de Lisboa reforça necessidade de mais polícias
O presidente da Câmara de Lisboa reforçou hoje o apelo ao Governo quanto à necessidade de aumentar o número de polícias na cidade, de assegurar “pelo menos 56 guardas-noturnos” e de instalar videoproteção em zonas com problemas de segurança.

“Lisboa é uma cidade segura, mas essa segurança tem de ser trabalhada todos os dias”, afirmou Carlos Moedas (PSD), após uma reunião do Conselho Municipal de Segurança, a primeira deste ano, que decorreu nos Paços do Concelho, com a presença dos comandantes do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Polícia Municipal de Lisboa, Luís Elias e José Carvalho Figueira, respetivamente, e do vereador da Segurança, Rui Cordeiro (PSD).
O presidente da câmara destacou o trabalho conjunto entre a PSP e a Polícia Municipal, nomeadamente a implementação de operações conjuntas nos parques florestais da cidade, com patrulhamento apeado e a cavalo, e o alargamento do policiamento comunitário a um total de 15 territórios.
Neste mandato 2021-2025, segundo Carlos Moedas, houve quatro territórios a integrarem o policiamento comunitário realizado entre Polícia Municipal e PSP, designadamente Mouraria (Arroios/Santa Maria Maior), Picheleira (Beato), Santa Cruz e Bom Pastor (Benfica) e Quinta do Lavrado (Penha de França), que se juntaram a 11 zonas da cidade onde tal já acontecia, desde o Bairro Padre Cruz (Carnide) à Avenida da Liberdade (Santo António).
O autarca social-democrata reiterou o apelo ao Governo, liderado por PSD/CDS-PP, quanto à necessidade de ter mais elementos da PSP e da Polícia Municipal na capital, para reforçar o policiamento nas ruas, sublinhando que são precisos “mais 200 polícias municipais”, efetivos que são recrutados da PSP.
“Uma cidade segura depende também dessa visibilidade da polícia”, expôs.
No âmbito da revisão do regulamento municipal de guarda-noturno, a Câmara de Lisboa espera “voltar a ter guardas-noturnos”, trabalhadores do município que têm de receber formação da PSP, estando em falta uma portaria do Ministério da Administração Interna (MAI) para que o processo avance e a cidade tenha “pelo menos 56 guardas-noturnos”.
Nesta reunião do Conselho Municipal de Segurança, a videoproteção também foi assunto, com a câmara a destacar a instalação de 30 câmaras de videovigilância no Cais do Sodré, onde reconhece que é preciso mais câmaras nas ruas adjacentes, incluindo na Rua de São Paulo, e o processo de implementação no Campo das Cebolas (32).
Carlos Moedas sublinhou que já pediu ao MAI a instalação de videoproteção em outras zonas da cidade, como Martim Moniz, Mouraria, Arroios, São Domingos de Benfica e Avenida da Liberdade.
Lisboa dispõe, atualmente, de 64 câmaras de videovigilância na cidade – 27 no Bairro Alto desde 2014, sete na zona do Miradouro de Santa Catarina desde 2022 e 30 no Cais do Sodré desde fevereiro deste ano -, sendo que o plano em curso contempla um total de cerca de 250 câmaras, com Campo das Cebolas (32), Restauradores (17) e Ribeira das Naus (20), a que se juntam outras 11 zonas: Praça do Comércio, Cais das Colunas, Praça D. Pedro IV, Praça da Figueira, Rua Augusta, Rua do Ouro, Rua da Prata, Rua do Comércio, Rua dos Fanqueiros, Santa Apolónia – Rua Caminhos de Ferro e ainda Santa Apolónia – Avenida Infante D. Henrique.
Questionado sobre a demora na implementação deste plano, Carlos Moedas disse que “há um atraso de 15 anos”, indicando que “as câmaras de videoproteção vêm desde 2009, portanto é um atraso mesmo muito grande, porque durante 10 anos não aconteceu nada”, atribuindo responsabilidades aos anteriores executivos do PS, sem reconhecer que as primeiras câmaras foram instaladas antes do atual mandato.
“Agora não podemos estar sempre a mudar tudo. Há câmaras que foram decididas em 2017 e que não foram implementadas. Temos a autorização, vamos para a frente e agora temos de melhorar. Temos de fazer noutros sítios”, ressalvou.
Relativamente à perceção de insegurança e aos dados da criminalidade, o autarca disse que aguarda pelo Relatório Anual de Segurança Interna, mas referiu que na reunião do Conselho Municipal de Segurança não esteve a discutir números, mas sim situações em concreto, desde logo “ações violentas” registadas nas últimas semanas em Benfica e São Domingos de Benfica, incluindo assaltos, em que houve uma atuação imediata da PSP, o que resultou já em 10 detenções.
“Se os números forem melhores, eu, como presidente da câmara, estou contente, mas não posso perder a minha preocupação […]. Se forem positivos, e eu espero que sejam, é bom sinal para Lisboa”, declarou Carlos Moedas, apontando como problemas de segurança “muitos assaltos às pessoas na rua”, assim como a presença de grupos criminosos internacionais.
Referindo que recebe “muitas queixas”, o presidente da câmara sublinhou a importância da atuação conjunta entre PSP e Polícia Municipal: “Não é fingir que os problemas não existem, os problemas existem e é atuando sobre eles [que se resolvem]”.
SSM // JLG
By Impala News / Lusa
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