Câmara da EU espera que China isente de visto cidadãos de mais países europeus

Apesar do aumento dos voos com o exterior desde o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, dados regionais mostram que o número de visitantes estrangeiros na China continua muito aquém do nível de 2019

Câmara da EU espera que China isente de visto cidadãos de mais países europeus

Pequim, 25 nov 2023 (Lusa) — A Câmara de Comércio da União Europeia na China disse esperar que “mais nações europeias sejam em breve adicionadas” à lista de países cujos cidadãos têm isenção de visto no país asiático.

Na sexta-feira, Pequim anunciou que os cidadãos de cinco países europeus — Alemanha, Espanha, França, Itália e Países Baixos — irão beneficiar de isenção de visto para estadias de até 15 dias na China.

“A Câmara Europeia saúda este anúncio e espera que mais nações europeias sejam em breve adicionadas a esta lista”, afirmou o órgão num comunicado.

De acordo com a Câmara, é “positivo” que as autoridades chinesas tomem “medidas que visam facilitar o intercâmbio entre as pessoas”.

“Isso é algo palpável e, no longo prazo, também aumenta a confiança empresarial”, afirmou a associação comercial.

Para além dos cinco países europeus, a China decidiu também alargar a isenção de vistos à Malásia, “numa base experimental”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, na sexta-feira, em conferência de imprensa.

A nova medida vai vigorar entre 01 de dezembro de 2023 e 30 de novembro de 2024.

“Os titulares de passaportes ordinários dos países acima referidos que se desloquem à China por motivos de negócio, turismo, visitas a familiares e amigos, e em trânsito por um período não superior a 15 dias, vão ser autorizados a entrar na China sem visto”, acrescentou a porta-voz.

Mao Ning disse que a medida visa “facilitar” os intercâmbios internacionais entre pessoas e permitir “uma abertura de alto nível ao mundo exterior”.

Estes países juntam-se ao Japão, Brunei e Singapura na lista das nações que gozam de isenção de visto para estadias de 15 dias na China.

A decisão surge quase um ano após Pequim ter abdicado da política de ‘zero casos’ de covid-19, que levou o número de ligações aéreas ao país a cair para 2%, face ao período anterior à pandemia.

Apesar do aumento dos voos com o exterior, dados regionais mostram que o número de visitantes estrangeiros continua muito aquém do nível de 2019. A China não publica estatísticas oficiais sobre o turismo a nível nacional desde 2021.

Xangai, um dos principais destinos turísticos do país, recebeu cerca de 756 mil visitantes estrangeiros no primeiro semestre do ano, o que corresponde a 22% do número de visitas registado em 2019.

Em Pequim, guias turísticos ouvidos pela Lusa estimaram que o número de estrangeiros a visitar a cidade ronda também os 20%, face a 2019.

Especialistas citados pela imprensa chinesa culparam a morosidade dos procedimentos de pedido de visto e o preço dos bilhetes de avião.

A China tomou outras medidas este ano para impulsionar o número de visitas ao país. As carteiras digitais WeChat Pay e Alipay anunciaram, em julho passado, que os seus sistemas de pagamento estão disponíveis para utilizadores estrangeiros que visitam o país.

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By Impala News / Lusa

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