Berlim acusa empresário Elon Musk de tentar influenciar eleições na Alemanha
O Governo alemão acusou hoje o empresário norte-americano Elon Musk de tentar influenciar as eleições legislativas alemãs marcadas para o final de fevereiro com o seu apoio a um partido de extrema-direita.
“Elon Musk está a tentar influenciar as eleições federais com as suas declarações”, acusou Christiane Hoffmann, vice-porta-voz do Governo, durante uma conferência de imprensa.
“Ele é livre de expressar a sua opinião”, mas isso equivale, sublinhou, a “uma recomendação eleitoral para um partido que é monitorizado” pela Inteligência Interna Alemã, “porque é suspeito de ser de extrema-direita”.
Na Alemanha, a qualificação de “extrema-direita” para um movimento político pode justificar a vigilância policial, devido ao receio de que possa minar a ordem constitucional.
No sábado, o jornal Welt publicou um artigo em que Musk defende que a Alternativa para a Alemanha (AfD) é “o último vislumbre de esperança” para a Alemanha.
O homem mais rico do mundo reafirmou uma posição já expressa a 20 de dezembro numa mensagem na sua rede social X que criou mal-estar no país em plena campanha eleitoral.
A AfD é creditada com uma média de 19% das intenções de voto nas sondagens, ficando em segundo lugar atrás da oposição conservadora, na liderança com 32%.
O embaraço na Alemanha é proporcional à crescente influência que o multibilionário parece ter no futuro mandato do Presidente eleito norte-americano, Donal Trump, na qual assumirá a chefia do Departamento de Eficiência Governamental.
A 08 de novembro, Musk já tinha chamado “louco” ao chanceler alemão, Olaf Scholz, após a dissolução da coligação governamental, e a 20 de dezembro, após o ataque com um carro no mercado de Natal de Magdeburgo, chamou-lhe “idiota incompetente” e pediu-lhe que se demitisse.
O presidente do Partido Social Democrata alemão, Lars Klingbeil, comparou o comportamento de Elon Musk ao do Presidente russo, Vladimir Puti, dizendo que “ambos querem que a Alemanha seja enfraquecida e mergulhada no caos”.
Bem posicionado para se tornar o próximo chanceler, o líder do partido conservador alemão CDU, Friedrich Merz, criticou ainda a plataforma pró-AfD de Elon Musk, que apelidou de “intrusiva e pretensiosa”.
“Não me lembro que na história das democracias ocidentais tenha havido um caso comparável de interferência na campanha eleitoral de um país amigo”, disse Merz.
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By Impala News / Lusa
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