Associação de refugiados satisfeita com saída de embaixadora da Ucrânia

A Associação de Refugiados Ucranianos em Portugal (UAPT, na sigla em inglês), manifestou-se hoje satisfeita com a saída da embaixadora da Ucrânia em Portugal, que considera estar “há muito tempo” no lugar.

Associação de refugiados satisfeita com saída de embaixadora da Ucrânia

Para Roman Kurtysh responsável da Associação Ukrainian Refugees (UAPT), a embaixadora da Ucrânia, Inna Ohnivets, que foi nomeada para o cargo ainda pelo Presidente Petro Poroshenko, antecessor de Volodymyr Zelensky, “está a tomar este lugar há muito tempo”. “E, como sabemos, quando uma pessoa começa a ter muito poder, começa a gerir como ela acha melhor”, afirmou. Segundo o dirigente da UAPT, “muitas associações” de ucranianos já estavam cansadas da diplomata e tinham apresentado várias queixas, mesmo a Kiev, afirmou. Mas estas só agora tiveram eco.

“Muitas associações já estavam cansadas. E até abrimos uma petição pública. E antes de eu ter entrado na atividade pública, outras associações já tinha feito vários pedidos e enviado várias reclamações para Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia. Mas nunca conseguiram atingir o resultado”, prosseguiu. “Finalmente conseguimos atingir”. “Agora, o povo ucraniano em Portugal, vai estar sempre em cima e a controlar aquilo que se passa, porque achamos que podem e devem fazer muito mais do que aquilo que fazem os políticos”, salientou.

Segundo Roman Kurtysh, “há muitas questões” relativamente à embaixadora, “porque ela sempre estava a trabalhar com uma associação, que desde o início não fizera um grande trabalho (…) Só conseguem fazer manifestações, ninguém estava a pensar sobre o povo ucraniano em Portugal”, declarou. “Voluntários sempre fizeram muito trabalho e com vários resultados, e sempre foi assim que a embaixadora chegou em frente e sempre tentou mostrar que isso foi feito pela Eembaixada”, afirmou.

Mas no que respeitava a apoio financeiro, “só estavam a receber os escolhidos”, disse o responsável da UAPT e “nunca a apoiar aqueles que fazem resultado, mas sim aqueles que estão perto deles”, acrescentou. Roman disse à Lusa que além de uma declaração para um voo humanitário e de uma declaração a dizer que era reconhecida pela Embaixada como associação de ucranianos, nunca recebeu mais nada da representação diplomática em Lisboa.

Quanto ao futuro, acha que será melhor que a Embaixada vá estar mais atenta depois da partida da atual embaixadora. “Acho que no futuro será muito mais fácil trabalhar com a Embaixada, e espero que vá estar mais atenta aos pedidos das associações que têm iniciativas e que querem e gostam de criar projetos e dar apoio aos ucranianos”, concluiu. Já o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal disse hoje que lamenta a saída da embaixadora do seu país em Lisboa, num momento de deslocação de refugiados, considerando que a diplomata fazia um trabalho “muito certo e eficaz”.

Em declarações por telefone, Pavlo Sadokha adiantou que não sabe os motivos pelos quais o Presidente Zelensky tomou tal decisão. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destituiu Inna Ohnivets das funções de embaixadora da Ucrânia em Portugal, comunicou o chefe de Estado no seu ‘site’ oficial. Numa nota no ‘site’, assinada na sexta-feira, o Presidente ucraniano dá conta da “destituição” de Inna Ohnivets do cargo de embaixadora extraordinária e plenipotenciária da Ucrânia junto da República Portuguesa.

A embaixadora da Ucrânia em Portugal disse hoje que a sua destituição do cargo estava agendada e foi informada sobre ela dois dias antes do anúncio da decisão pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do seu país. “Posso dizer que isso é uma rotação agendada”, afirmou em declarações à SIC, Inna Ohnivets. Quando questionada se já sabia que não iria ser reconduzida no cargo, a diplomata ucraniana apenas mencionou que dois dias antes teve uma conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros do seu país em que foi informada que a decisão se contextualizava no plano de rotação.

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