Assessor do Presidente brasileiro diz que China oferece menos riscos do que EUA
O assessor internacional da Presidência brasileira, Celso Amorim, avaliou hoje que a China oferece mais oportunidades e menos riscos ao Brasil do que os Estados Unidos.

“A China tem hoje uma disponibilidade de recursos para investimento no exterior que os Estados Unidos não têm. É uma questão pragmática. A China hoje oferece mais oportunidades ao Brasil e menos riscos”, disse Amorim numa entrevista publicada pelo jornal O Globo.
Amorim, que é uma dos principais assessores do chefe de Estado brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também considerou que as tarifas anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a mais de 180 países significam um grande risco para o sistema multilateral já que, ao impor taxas unilateralmente e depois anunciar abertura de negociações, os norte-americanos estariam a forçar outros países em desvantagem a fecharem acordos sem a proteção e fora das normas da Organização Mundial de Comércio.
“Na minha opinião, o que os Estados Unidos quiseram fazer não foi botar uma tarifa para a China, outra para o Brasil, etc (…). isso também, mas acho que eles quiseram forçar negociações bilaterais”, avaliou.
“Essa quebra do multilateralismo está expressamente dita na nota da Casa Branca, onde também são elogiados acordos do século passado. Sabemos que os acordos de 1930 contribuíram para a depressão, que contribuiu para a Segunda Guerra Mundial. Não vou dizer que seja a única causa ou a principal, mas contribuiu. Esse é o risco maior, a rutura do multilateralismo”, acrescentou.
Sobre os impactos das tarifas dos Estados Unidos nos mercados, Amorim avaliou que as taxas criaram uma “tempestade global” e lembrou que os mercados de ações caíram e continuam muito instáveis. No caso do Brasil, houve também uma forte desvalorização da moeda local face ao dólar.
Questionado se haverá debates sobre uma moeda comum na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros do BRICS (grupo de países emergentes fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para preparar uma cimeira presidencial que acontecerá no Brasil, em julho, Amorim negou.
“Ninguém está pensando em moeda BRICS, obviamente está fora da agenda. Talvez em facilitar o comércio, pagamento em moeda local. Isso pode ser. É uma discussão que vai continuar a haver”, concluiu.
CYR // JMC
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By Impala News / Lusa
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