Albuquerque diz não fazer sentido que alguns partidos mantenham postura de campanha eleitoral

O presidente do Governo da Madeira disse hoje que “não tem nenhum sentido” que alguns partidos queiram continuar a manter a dialética “radicalizada” da campanha eleitoral, considerando que devem assumir as suas responsabilidades em função da vontade do povo.

Albuquerque diz não fazer sentido que alguns partidos mantenham postura de campanha eleitoral

“Se alguns partidos querem continuar a manter a dialética exacerbada, radicalizada da campanha, não tem nenhum sentido”, afirmou Miguel Albuquerque, depois de questionado pelos jornalistas sobre a ausência do PS e do JPP da reunião entre o executivo e os partidos para negociar a aprovação do Programa do Governo Regional, agendada para a tarde de hoje.

Falando à margem da sessão solene do dia do concelho do Porto Santo, o presidente do Governo madeirense e líder do PSD/Madeira apontou que “a democracia tem diversas fases no seu processo” e considerou que, atualmente, passado o período de campanha eleitoral, “cabe aos partidos não manterem essa atitude exacerbada” habitual naquele período e “cada um assumir as suas responsabilidades no quadro do desenho parlamentar que sai da vontade do povo”.

“Nós continuamos, como sempre dissemos, a mostrar toda a humildade e toda a disponibilidade para encetar entendimentos tendo em vista a aprovação do Programa do Governo e do Orçamento”, assegurou.

O Programa do Governo, começou a ser discutido na semana passada no parlamento madeirense, mas acabou por ser retirado pelo executivo, uma vez que PS, JPP e Chega iam votar contra e inviabilizar a aprovação.

Questionado se a ronda com os partidos representados no hemiciclo não deveria ter começado antes da apresentação do documento, Miguel Albuquerque disse que isso foi feito e que agora as negociações continuam.

Sobre se o líder do Chega/Madeira, Miguel Castro, já demonstrou alguma abertura para viabilizar o Programa do Governo, o presidente do executivo regional respondeu que o processo negocial está a decorrer e “obriga a alguma discrição”.

Interrogado ainda acerca das declarações do seu opositor nas últimas internas do partido, Manuel António Correia, Miguel Albuquerque disse apenas: “Ele veio dizer que estava ali”.

No domingo, em comunicado, o social-democrata Manuel António Correia, que disputou a liderança do PSD/Madeira com Miguel Albuquerque, em março, manifestou-se preocupado com o estado do partido e da região, considerando que o cerne do problema está na atual liderança.

Nas eleições regionais antecipadas de 26 de maio, o PSD elegeu 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta (para a qual são necessários 24), o PS conseguiu 11, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.

Já depois das eleições, o PSD firmou um acordo parlamentar com os democratas-cristãos, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta. Os dois partidos somam 21 assentos.

Também após o sufrágio, o PS e o JPP (com um total de 20 mandatos) anunciaram um acordo para tentar retirar o PSD do poder, mas o representante da República, Ireneu Barreto, entendeu que não teria viabilidade e indigitou Miguel Albuquerque.

As eleições de maio realizaram-se oito meses após as legislativas madeirenses de 24 de setembro de 2023, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Miguel Albuquerque foi constituído arguido num processo sobre alegada corrupção.

TFS // VAM

By Impala News / Lusa

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