Pelo menos 18 tribunais vandalizados nos protestos em Moçambique

Pelo menos 18 tribunais foram vandalizados durante protestos pós-eleitorais, disse hoje o presidente do Tribunal Supremo de Moçambique, Adelino Muchanga, alertando para a perda de processos.

Pelo menos 18 tribunais vandalizados nos protestos em Moçambique

“Teremos de reconstituir processos destruídos e para tal contamos com a colaboração de todos os envolvidos, nomeadamente o Ministério Público, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), o Serviço Nacional Penitenciário (Sernap), as partes processuais, os seus mandatários, vítimas, testemunhas, declarantes e peritos”, disse o presidente do TS, Adelino Muchanga, durante a inauguração do Tribunal Superior de Recursos de Nampula, no norte do país.

Dos tribunais vandalizados contabilizados, um é da cidade de Maputo, dois da província de Maputo, dois de Gaza (no sul do país), oito da Zambézia (no centro) e cinco de Nampula (no norte de Moçambique).

Moçambique vive desde segunda-feira uma nova fase de tensão social, na sequência de protestos contra os resultados das eleições gerais que culminaram com confrontos entre manifestantes e a polícia.

O Conselho Constitucional (CC) proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos, sucedendo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

O anúncio provocou novo caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – que obteve apenas 24% dos votos – nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia.

Na contestação ao processo eleitoral moçambicano, que se prolonga desde 21 de outubro, já morreram quase 300 pessoas e perto de 600 foram baleadas.

A tomada de posse do novo Presidente de Moçambique está agendada para 15 de janeiro e dois dias antes será a investidura do novo parlamento.

PYME // JMC

By Impala News / Lusa

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