Irão promete resposta “imediata” a ações políticas da agência atómica
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian, prometeu hoje uma resposta “imediata” a qualquer ação “política” do Ocidente na próxima reunião da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Na quinta-feira, os Estados Unidos confirmaram que estão a preparar uma resolução com três países europeus (França, Alemanha e Reino Unido) para forçar Teerão a “cooperar plenamente” com a agência atómica, iniciativa que foi rejeitada antecipadamente pelo Irão, que a considerou “não construtiva”. “Qualquer ação política dos Estados Unidos e dos três países europeus dentro da AIEA sem dúvida provocará uma resposta proporcional, efetiva e imediata da República Islâmica do Irão”, disse Amir-Abdollahian, durante uma conversa telefónica com seu homólogo europeu, Josep Borrell, de acordo com um comunicado de imprensa oficial.
A AIEA já tinha denunciado, num recente relatório, a ausência de “respostas satisfatórias” de Teerão sobre a presença de material nuclear em três locais não declarados no país. Este processo — que tem sido motivo de preocupação para a comunidade internacional, há vários meses – vem juntar-se ao impasse nas negociações iniciadas há mais de um ano para tentar salvar o acordo que procura impedir a República Islâmica de fabricar a bomba atómica, um propósito negado por Teerão.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano classificou a decisão dos Estados Unidos e de três países europeus de “ato contrário à prática diplomática, precipitado e pouco construtivo”, que “tornará o processo de negociação mais difícil e complicado”. Amir-Abdolahian também classificou a viagem a Israel do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, como “contrária ao princípio da neutralidade” da organização da ONU.
Chegado quinta-feira à noite a Israel para uma visita rápida, Grossi reuniu-se na manhã de hoje com o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, antes de partir imediatamente para Viena. Nesse encontro, Bennett avisou que o seu país “se reserva o direito de autodefesa e de ação contra o Irão, a fim de travar o seu programa nuclear”, segundo um comunicado de imprensa do seu gabinete.
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