Instituição de escuteiros americana declara falência para suspender processos de abusos sexuais

A instituição de escuteiros Boy Scouts of America (BSA), uma das maiores organizações juvenis norte-americanas. Após entrega de documento todos os litígios cíveis contra a organização ficam suspensos, incluindo os de abuso sexual de menores.

Instituição de escuteiros americana declara falência para suspender processos de abusos sexuais

A Boy Scouts of America (BSA) apresentou o documento num tribunal do Estado de Delaware numa altura em que a organização enfrenta milhares de processos por abusos sexuais alegadamente praticados por membros que integram o organismo. Após a declaração de falência, todos os litígios cíveis contra a organização ficam suspensos, incluindo os de abuso sexual de menores. A BSA assinalou 110 anos no dia 8 de fevereiro e, ao apresentar o relatório anual, anunciou ter um passivo entre os 100 e os 500 milhões de euros. A Boy Scouts hipotecou propriedades, incluindo a sede em Irving, no Texas, e Philmont Ranch, uma propriedade com 57 mil hectares no Novo México, para garantirem crédito.

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Segundo a Boy Scouts of America, a declaração de falência tem como objetivo “compensar equitativamente as vítimas que foram afetadas durante o tempo em que foram escuteiros assim como manter a instituição nos próximos anos”. Sendo assim, a organização centenária assegura que quer manter “os compromissos com os membros, famílias, voluntários, empregados, reformados, doadores e ex-alunos da melhor forma possível no contexto de falência”.

A BSA pretende pagar aos fornecedores e sócios por todos os bens e serviços prestados no futuro

A declaração especifica que os “conselhos locais que fornecem apoio financeiro, instalações e programação às unidades ‘scouting’ nas comunidades, não declararam falência” e estão, por isso, legalmente separados e são financeiramente independentes da estrutura nacional.

De acordo com Paul Mones, advogado de Los Angeles que representa centenas de vítimas de abusos sexuais, a declaração de falência é uma “tragédia” para os afetados.

“Estes jovens fizeram um juramento. Comprometeram-se a ser obedientes, comprometeram-se a apoiar os escuteiros (Scouts) e comprometeram-se a ser honrados. Muitos deles estão extremamente chocados porque o que lhes aconteceu na BSA foi precisamente o contrário”, disse Mones à estação de televisão CNN.

Instituição pede desculpas às vítimas

A BSA está “profundamente preocupada com todas as vítimas de abuso infantil” e pede “sinceras desculpas” aos que foram “prejudicados”. A organização de escuteiros norte-americana acrescenta que está “indignada” por ter tomado conhecimento que “houve vezes em que as pessoas se aproveitaram” da instituição para “abusar de crianças inocentes”.

“Acreditamos nas vítimas, apoiamos as vítimas e pagamos os advogados” disse a BSA acrescentando que os abusados devem apresentar queixa. De acordo com a imprensa norte-americana a organização admite que mais de 7.800 ex-dirigentes da BSA estiveram alegadamente implicados em abusos sexuais a mais de 12 mil crianças ao longo dos últimos 72 anos.

De acordo com várias fontes, o número de vítimas de abusos sexuais nos escuteiros (BSA) nos Estados Unidos pode superar o número de pessoas abusadas por membros da igreja católica no país.

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