Governo moçambicano fala em 80 mortos e quase 1.700 lojas destruídas durante tumultos

O Governo moçambicano divulgou hoje que pelo menos 80 pessoas morreram e foram destruídos 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias, durante as manifestações pós-eleitorais, com o número de óbitos muito abaixo dos divulgados por organizações civis.

Governo moçambicano fala em 80 mortos e quase 1.700 lojas destruídas durante tumultos

De acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos.

“O Presidente da República e o seu Governo repudiam veementemente as manifestações ilegais e violentas que têm ocorrido em todo o país e continuaremos a combater veementemente estas manifestações porque não são de bom grado”, declarou o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, após uma sessão daquele órgão, na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado.

Em causa está um clima de forte agitação social que se vive em Moçambique desde outubro, com manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro com a vitória a Daniel Chapo nas presidenciais.

O Governo moçambicano anunciou igualmente que desde outubro do ano passado, altura em que iniciaram os protestos, foram vandalizadas e destruídas pelo menos 19 fábricas e indústrias, vandalizados 23 armazéns comerciais e 176 postes de energia elétrica e destruídas 13 farmácias.

Segundo o executivo, foram ainda vandalizadas 23 ambulâncias, 220 veículos e 164 casas do Governo e 108 casas de particulares.

“Como se pode ver, há de ser repugnante e totalmente reprovável qualquer destruição (…) Depois reclamamos que não temos bens de primeira necessidade, queremos ter acesso a bens importados, obrigamos o importador a vender a preços que não têm qualquer base para cálculo, portanto, este tipo de comportamento não pode ser abraçado pelo Governo, pelo Presidente da República, e estas manifestações vão ser combatidas”, acrescentou Impissa.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, disse na segunda-feira que vai combater as manifestações pós-eleitorais e assegurar a independência e soberania do país.

“Tal como estamos a combater o terrorismo e há jovens que estão a derramar sangue para a integridade territorial de Moçambique, para a soberania de Moçambique, para manter a nossa independência, aqui em Cabo Delgado, mesmo se for para jorrar sangue para defender essa pátria contra as manifestações, vamos jorrar sangue”, disse o Presidente moçambicano.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

PME // VM

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS