Financiamento do sistema universitário deve mudar “drasticamente”
A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior defendeu hoje que o financiamento do sistema universitário deve ser alterado “drasticamente”, sendo uma mudança efetuada de “forma justa e coerente”.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, defendeu hoje que o financiamento do sistema universitário deve ser alterado “drasticamente”, sendo uma mudança que tem de ser efetuada de “forma justa e coerente”. “O próprio financiamento do sistema universitário tem de ser mudado drasticamente”, disse a governante, no Funchal, após uma reunião na Universidade da Madeira (UMa).
Elvira Fortunato referiu que o problema do subfinanciamento da universidade madeirense foi um dos temas abordados no encontro que teve com o reitor da UMa e com a comunidade educativa. “Estamos há três meses no Governo e é evidente que não se ia alterar qualquer coisa que durante mais de uma década nunca ninguém mexeu”, argumentou.
A responsável assegurou que o objetivo do Governo é alterar o financiamento “de uma forma justa, coerente”, apontando que “futuramente mais resultados poderão surgir”. Também destacou que a questão da ultraperiferia da UMa esteve em cima da mesa nesta reunião, declarando: “Por alguma razão as nossas primeiras visitas a universidades foram aos Açores e Madeira. Penso que isso também é revelador da nossa preocupação” nesta matéria.
Elvira Fortunato, que efetua a primeira visita oficial à Madeira, destacou que está a realizar “um roteiro por todas as instituições” do ensino superior do país, com o propósito de “conhecer o sistema”. A ministra acrescentou que a deslocação à instituição da Madeira visou “perceber quais são as necessidades, quais são os problemas e onde ajudar”, embora admitindo que “parte estão identificados”.
“Além do financiamento a mais que queremos trazer para a área da Ciência e Ensino superior, precisamos saber exatamente quais são as necessidades de cada instituição, que são todas diferentes”, visto que cada uma “tem as suas especificidades”, mencionou. A responsável afirmou levar da Madeira “uma lista grande de preocupações”, adiantando que estão a “trabalhar para obter soluções”.
Questionada sobre compromissos assumidos com a Universidade da Madeira, respondeu: “Vamos trabalhar para resolver esses problemas, compromissos muito específicos que não podemos dizer”. Sobre os problemas identificados, enunciou a falta de financiamento para infraestruturas na área da ciência: reequipamentos, manutenções de laboratórios, equipamentos, a carga docente, a falta de docentes.
“Portanto, há vários problemas que têm de ser equacionados. Vamos trabalhar em conjunto, não só com a Universidade da Madeira. Trabalhamos com todo o sistema nacional, com todas as universidades. Há problemas comuns, há problemas que são específicos. Sobretudo, vamos tentar melhorar”, argumentou.
Elvira Fortunado assegurou que vão “equacionar todos os problemas”, nomeadamente os do curso de Medicina. “Portanto, tomamos nota das necessidades, dos problemas e vamos trabalhar em equipa. Se trabalharmos todos em equipa e para objetivos comuns, de certeza que conseguimos atingir esses objetivos”, concluiu.
Por seu turno, o reitor da Universidade da Madeira, José Sílvio Fernandes, apontou que a pretensão da instituição não é só que a “preocupação [financiamento] e exigência seja satisfeita”. “O que queremos é que seja enquadrada num processo mais vasto”, enfatizou, defendendo a efetivação “de um contrato programa vasto onde estes itens todos sejam conjugados” para permitir ao Governo central, ao regional e à universidade “chegar a conclusões que permitam a resolução destes problemas”, vincou.
José Sílvio Fernandes sublinhou que esta situação deve ser encarada com “realismo”, porque os “problemas não se resolvem de um dia para o outro” e que as instituições devem estar abertas a “também encontrar soluções inovadoras para a resolução dos problemas”. Para o reitor, nem “todos os problemas se resolvem com adicionar dinheiro”, pelo que “as estruturas também devem mudar por dentro” e “estar aptas à mudança”.
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