Fatura de Moçambique com importação de combustíveis caiu 15% em 2024 para 1.085 ME
O custo da importação de combustíveis por Moçambique caiu 15% em 2024, para o equivalente a 1.085 milhões de euros, o valor mais baixo desde a pandemia de covid-19, segundo dados do banco central.

De acordo com um relatório estatístico do Banco de Moçambique a que a Lusa teve hoje acesso, o custo com a importação de combustíveis pelo país de janeiro a dezembro ascendeu a quase 1.198 milhões de dólares (1.085 milhões de euros), quando em todo o ano de 2023 atingiu os 1.417 milhões de dólares (1.283 milhões de euros).
Este desempenho acompanha a queda da economia moçambicana, de 4,87% no quarto trimestre de 2024, em termos homólogos, período marcado pela contestação pós-eleitoral no país, segundo dados do Governo noticiados anteriormente pela Lusa.
“O Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) apresentou uma variação negativa de 4,87% no quarto trimestre de 2024, quando comparado ao mesmo período do ano 2023, perfazendo um acumulado [no ano] de 1,85%”, lê-se no relatório de execução orçamental relativo ao ano passado, do Ministério das Finanças.
Além dos impactos das alterações climáticas, com secas severas e ciclones a fustigarem o país, o documento admite igualmente “o impacto negativo das manifestações pós-eleitorais registados no último trimestre de 2024”, as quais “afetaram as atividades económicas e sociais”.
Em 2020 e 2021, essas importações de combustíveis tinham custado a Moçambique, respetivamente, 541,8 milhões de dólares (491 milhões de euros) e 946,9 milhões de dólares (857,5 milhões de euros), período afetado pela pandemia de covid-19, seguindo-se o valor mais alto dos últimos anos em 2022, de 1.966 milhões de dólares (1.780 milhões de euros).
O país tem enfrentado nos últimos dias uma crise no abastecimento de combustíveis, associada à falta de divisas no mercado, levando o Banco de Moçambique a anunciar medidas para fomentar a disponibilidade de moeda estrangeira para cobrir necessidades de importações.
O Banco de Moçambique anunciou em junho de 2023 que iria deixar de comparticipar as faturas de importação de combustíveis do país ao exterior, considerando que os valores já podem ser suportados pelos bancos comerciais.
A comparticipação remonta a 2005 e chegou a ser de 100% depois de 2010, porque havia “grandes montantes, que variavam entre a 10 a 20 milhões de dólares numa só fatura”, tornando-as incomportáveis para um banco ou conjunto de bancos suportá-la, explicou na altura Silvina de Abreu, administradora do banco central.
Nos últimos anos, “as faturas são bastante fragmentadas”, às vezes da ordem de “um milhão de dólares ou menos” o que permite que bancos de menor dimensão possam entrar “neste mercado de financiamento para combustíveis”, acrescentou.
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By Impala News / Lusa
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