Wall Street fecha em queda após mau indicador sobre o emprego nos EUA

A bolsa de Nova Iorque fechou hoje em queda acentuada, numa sessão afetada por um fraco relatório sobre o emprego nos Estados Unidos e o declínio de vários gigantes tecnológicos.

Wall Street fecha em queda após mau indicador sobre o emprego nos EUA

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice tecnológico Nasdaq caiu 2,55%, enquanto o seletivo Dow Jones caiu 1,01% e o alargado S&P 500 caiu 1,73%.

“O mercado entrou em modo de aversão ao risco. E não acho que a culpa seja totalmente do relatório de emprego”, frisou Steve Sosnick, da Interactive Brokers.

A economia norte-americana criou apenas 142 mil empregos em agosto, enquanto os economistas antecipavam 175 mil novos postos de trabalho.

A publicação levou a um aumento da volatilidade nos minutos seguintes à abertura do mercado de Nova Iorque, enquanto os investidores digeriam o relatório.

O Dow Jones e o S&P 500 aventuraram-se pela primeira vez no ‘verde’, a taxa das obrigações americanas a 10 anos subiu e o índice VIX, que mede o entusiasmo dos investidores, subiu quase 20%.

Mas Wall Street deu uma reviravolta igualmente rápida, com as ações a afundarem-se ainda mais no ‘vermelho’.

“O mercado tem estado nervoso desde o início da semana”, recordou Patrick O’Hare, da Briefing.com, sublinhando que “o efeito combinado das previsões [do grupo de semicondutores] Broadcom com a fraca criação de emprego encorajou a sensação de abrandamento” na economia.

Ainda que os resultados da Broadcom (-10,36%) tenham ficado acima das expectativas, os investidores mostraram-se preocupados com o fraco crescimento (+5%) da atividade de semicondutores (o grupo também produz software) e as previsões consideradas tímidas.

Apesar dos principais índices terem sido negativos, “as vendas são regulares”, sublinhou Patrick O’Hare.

“Tudo isto está a ser feito de forma organizada”, insistiu o analista, defendendo que é sinal de que o mercado não está em pânico.

“Os números do emprego mostram um mercado de trabalho que está a perder energia, mas não fraco. Não deveria ter pesado tanto porque estavam suficientemente próximos das expectativas”, realçou Steve Sosnick.

Mas o mercado de Nova Iorque decidiu o contrário, obcecado pela ‘profecia’ de que setembro é o pior mês do ano para as ações.

Para Steve Sosnick, a recuperação no final de agosto mascarou o facto de os investidores já estarem a começar a vender.

“O mercado está a ter dificuldade em decidir se teremos uma aterragem suave ou se será mais violenta”, explicou Steve Sosnick.

Os investidores continuam hesitantes em apostar massivamente num corte de meio ponto nas taxas de juro do banco central norte-americano (Fed) em meados de setembro, mesmo que dois membros da instituição não tenham fechado hoje a porta a esta hipótese.

No mercado obrigacionista, o movimento em direção a ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro dos EUA, bem como a perspetiva de um corte das taxas, provocou uma descida acentuada das taxas.

O rendimento dos títulos do governo dos EUA a 2 anos situou-se em 3,66%, em comparação com 3,74% no fecho do dia anterior.

Na bolsa, o setor dos semicondutores, abalado nos últimos dias, reagiu mal à publicação da Broadcom, com destaque para a Marvell Technology (-5,28%), Super Micro (-6,79%) e Arm (-4,71% ).

DMC // RBF

By Impala News / Lusa

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