Vice-presidente da Fed diz que é preciso mais tempo para travar inflação

A vice-presidente da Reserva Federal (Fed) advertiu hoje que é preciso tempo para observar o efeito total das medidas de luta contra a inflação e que as taxas de juro devem continuar a subir.

Vice-presidente da Fed diz que é preciso mais tempo para travar inflação

“É preciso tempo para que o efeito total de endurecimento das condições financeiras se faça sentir nos vários setores e leve a um recuo da inflação”, declarou Lael Brainard, ‘número dois’ do banco central norte-americano, num discurso na Fed de Nova Iorque. Depois de a inflação ter atingido em junho o nível mais alto em 40 anos, antes de abrandar ligeiramente em julho e agosto, a Fed tem aumentado as suas taxas de juro para levar a economia a desacelerar.

“A política monetária deve ser restritiva durante algum tempo para termos a certeza que a inflação vai regressar ao objetivo. Por esse motivo, assumimos o compromisso de evitar uma retirada prematura”, afirmou Brainard. O objetivo de inflação estabelecido pelo banco central norte-americano (e por outros) é de 2%.

“A inflação está muito alta nos Estados Unidos e no estrangeiro e o risco de choques inflacionistas adicionais não deve ser excluído”, afirmou a vice-presidente da Fed, que é considerada uma defensora da política monetária acomodatícia.

Desde março, o banco central norte-americano já aprovou cinco subidas das taxas de juro, que passaram do intervalo entre zero e 0,25%, onde estavam desde março de 2020, para entre 3% e 3,25%. É um “ritmo rápido em relação aos padrões históricos”, sublinhou a vice-presidente da Fed, que disse esperar “mais subidas ainda este ano e no próximo”.

“A nível mundial, o aperto da política monetária tem continuado também a um ritmo mais rápido em relação aos padrões históricos. Incluindo a Fed, nove bancos centrais de economias avançadas que representam metade do PIB (Produto Interno Bruto) mundial subiram as suas taxas de juro em 125 pontos base ou mais nos últimos seis meses”, acrescentou.

Em agosto, a inflação homóloga abrandou (para 6,4%), mas foi registado um aumento em cadeia (de 0,3%), de acordo com o índice PCE, divulgado hoje pelo Departamento do Comércio, sendo este o índice de inflação privilegiado pela Fed.

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