Segurança Social pronta para acionar fundo de garantia salarial para Global Media

A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, garantiu hoje, no parlamento, que a Segurança Social está preparada para acionar o fundo de garantia salarial para os trabalhadores do grupo Global Media, caso as empresas recorram ao mecanismo.

Segurança Social pronta para acionar fundo de garantia salarial para Global Media

“A Segurança Social estará preparada para acionar o fundo de garantia salarial, caso as empresas recorram ao mecanismo, como sabemos, para isso, é preciso que as empresas acionem os mecanismos necessários para o efeito”, garantiu a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Ana Mendes Godinho está a ser ouvida no parlamento, por requerimento do PCP e do BE, sobre a situação no grupo Global Media, que abrange títulos como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF, entre outros, e que manifestou a intenção de despedir até 200 trabalhadores.

A ministra, que fala na véspera da greve de trabalhadores do Global Media Group (GMG), explicou que a Autoridade para as Condições De Trabalho (ACT) foi acionada assim que o ministério soube pela comunicação da situação do grupo de comunicação social, para levar a cabo ações inspetivas em cinco empresas, no Porto e em Lisboa.

“O não pagamento pontual dos salários, além de inaceitável, é uma contraordenação muito grave, pelo que a ACT está a desencadear os procedimentos legais previstos para estas situações”, realçou Ana Mendes Godinho.

Os trabalhadores do grupo não receberam o salário de dezembro e, segundo a administração do grupo, vão receber o subsídio de Natal em duodécimos durante este ano, o que não é legal.

De acordo com o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, “não houve nenhum contacto por parte do GMG”, com o ministério, “para nenhuma reunião”, ao contrário do habitual, apontou, “quando se avizinham dificuldades”, para procurar “uma resposta que ajude”.

Segundo a ministra, a ACT está também a analisar as situações dos prestadores de serviços, os chamados ‘recibos verdes’, que além de pagamentos em atraso, viram os seus serviços cessados a partir de janeiro, num anúncio feito com pouco tempo de antecedência.

O secretário de Estado do Trabalho garantiu que o “Governo não hesitará em desencadear todos os mecanismos que no quadro legal existam para fazer cumprir a lei”.

“O código do trabalho é suficientemente robusto nesta matéria, para podermos atuar”, acrescentou.

No final de julho, o fundo de investimento World Opportunity Fund, com sede nas Bahamas, um chamado “paraíso fiscal”, passou a deter 51% do capital social da Páginas Civilizadas, a qual controla, diretamente e indiretamente, 50,25% da Global Media e 22,35% da agência de notícias Lusa.

Em 28 de dezembro, a Global Media informou os trabalhadores de que não tinha condições para pagar os salários referentes a dezembro, sublinhando que a situação financeira é “extremamente grave”.

A Comissão Executiva não se comprometeu com qualquer data para pagar os salários de dezembro, mas sublinhou que estava a fazer “todos os esforços” para que o atraso seja o menor possível.

O programa de rescisões na Global Media termina em 10 de janeiro, dia para o qual também foi convocada uma greve dos trabalhadores do grupo.

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