Mulher de Rendeiro chora e diz não ter “condições psicológicas” para prestar declarações

A mulher de João Rendeiro escusou-se hoje a prestar declarações em audiência em tribunal, sobre o paradeiro das obras de arte de que é fiel depositaria, alegando não ter “condições psicológicas” para o fazer.

Mulher de Rendeiro chora e diz não ter

A mulher de João Rendeiro escusou-se hoje a prestar declarações em audiência em tribunal, sobre o paradeiro das obras de arte de que é fiel depositaria, alegando não ter “condições psicológicas” para o fazer. Maria de Jesus Rendeiro é fiel depositária da coleção de arte arrestada desde 2010 e foi notificada para estar presente hoje no tribunal, em Lisboa, precisamente na sua qualidade de fiel depositária.

“Não estou em condições psicológicas, […] peço muita desculpa”, disse Maria de Jesus Rendeiro, com uma voz muito emocionada. Também a advogada de Maria de Jesus Rendeiro disse que a sua cliente não queria prestar declarações, até porque não se podem ignorar as condições em que está e porque à margem deste processo deverá correr um processo processo-crime.

Maria de Jesus Rendeiro, mulher do antigo presidente do BPP João Rendeiro, poderá ser acusada do crime de descaminho. A juíza do processo considerou que o tribunal reparou que Maria de Jesus Rendeiro “não está em condições psicológicas ou emocionais de prestar declarações”.

No processo de hoje, em que foi chamada a depor, Maria de Jesus Rendeiro não é arguida nem enfrenta qualquer processo crime. A Polícia Judiciária visitou a casa de João Rendeiro e de Maria de Jesus Rendeiro, no condomínio da Quinta Patino, em Cascais, sendo que, segundo disse hoje a juíza, não foram encontradas 15 obras que deviam estar na sua casa e à sua guarda. E que quatro obras apresentam indícios de não serem originais.

O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) João Rendeiro, que em 28 de setembro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta, fugido à justiça. O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.

O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como um outro processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.

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