Governo prepara “grande ofensiva diplomática, económica e cultural” nos EUA
O Governo está a preparar para junho esta “ofensiva”, por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
O Governo português está a preparar para junho “uma grande ofensiva diplomática, económica e cultural nos EUA”, por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
“Como sabem, o próximo 10 de junho será comemorado também junto das comunidades portuguesas na costa leste norte-americana e estamos a preparar em redor desse facto – que por si mesmo já é muito expressivo – um conjunto de iniciativas”, disse o governante.
Em declarações aos jornalistas na feira Maison & Objet, em Paris, onde estão mais de cem empresas portuguesas, o ministro adiantou que, entre as iniciativas previstas, estão um fórum económico em Nova Iorque com a participação do primeiro-ministro, do secretário de Estado da Internacionalização e de muitas empresas portuguesas e, depois, uma deslocação do chefe de Governo à Califórnia para contactar “com essa muito vibrante região de inovação económica, empresarial e tecnológica”.
O chefe da diplomacia portuguesa subscreveu, também, “as palavras simpáticas” do embaixador americano em Portugal, George Glass, que disse, em entrevista ao Diário de Notícias publicada hoje, que “as relações entre os Estados Unidos e Portugal estão num máximo histórico”.
“É verdade”, afirmou Santos Silva, enumerando que “o investimento de empresas portuguesas nos Estados Unidos está a crescer” e há setores, como a energia renovável, em que as parcerias científico-tecnológicas entre universidades e institutos de investigação estão a desenvolver-se.
No dia em que o Presidente norte-americano completa um ano de mandato, o ministro português considerou que “são manifestos os sinais de dissonância” entre a UE e os EUA e exemplificou com as agendas das migrações, do combate às alterações climáticas e do desenvolvimento sustentável.
No entanto, considerou que “não demorará muito que essas dissonâncias possam ser ultrapassadas”.
“O que eu posso dizer é que, evidentemente, são manifestos os sinais de dissonância que existem entre a política externa da União Europeia — nela incluída Portugal — e a política externa da administração norte-americana no que diz respeito a agendas que para nós são muito importantes, mas não são tão importantes para os americanos”, declarou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, acompanhado pelo secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, está em Paris, esta sexta e sábado, numa missão de diplomacia económica que descreveu como “muito importante porque a internacionalização da economia portuguesa é um dos motores do crescimento da economia e do emprego”.
Esta sexta-feira, Santos Silva reuniu-se com empresários e investidores da comunidade portuguesa em França e o secretário de Estado visitou a Bijorhoca — Feira Internacional de Joalharia e a Who´s Next – Feira Internacional de Moda, que ocorrem em simultâneo no centro de exposições da Porta de Versalhes e nas quais há cerca de duas dezenas de empresas portuguesas a participar.
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